Por Paulo Peixoto, de Belo Horizonte
O PT e o PSDB em Minas Gerais iniciaram uma troca pública de críticas, deixando no meio do tiroteio o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), a quem caberá fazer assentar a poeira para que tucanos e petistas possam conviver minimamente na eleição municipal.
Ao contrário do que possa parecer, as farpas entre PT e PSDB não se dão porque serão adversários na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. Elas ocorrem porque as siglas podem reeditar a aliança de 2008 para tentar reeleger Lacerda.
O bate-boca começou na última sexta-feira (24), quando o presidente do PSDB-MG, deputado federal Marcus Pestana, disse que não aceitará qualquer vice do PT, mas apenas um petista afinado com a gestão e não com a eleição de 2016.
Entendendo ter sido uma intromissão no PT, a corrente Articulação, a principal do PT de Belo Horizonte, reuniu-se no sábado (25) e respondeu aprovando a aliança com o PSB de Lacerda, mas sem a presença do PSDB.
O ex-ministro Patrus Ananias deu declarações dizendo que não subirá no palanque ao lado do senador Aécio Neves, principal liderança dos tucanos em Minas.
“Nós temos diferenças profundas em relação ao ex-governador de Minas e atual senador Aécio Neves. Eu nunca o vi subindo as periferias, nunca o vi conversando com os pobres, eu nunca o vi privilegiando as políticas públicas sociais.”
Em resposta, Pestana lembrou que Patrus apoiou em 2006 a tentativa de eleição para governador de Newton Cardoso, um dos políticos mais rejeitados do Estado. “Em 2006, ele estava ao lado do ex-governador Newton Cardoso. Em 2008, trabalhou contra o Marcio Lacerda.”
Nesta terça-feira (28), a executiva do PT-MG distribuiu “nota de repúdio ao PSDB”.
“A diferença de métodos e concepções políticas entre o PT e PSDB não permitem coligações entre os dois partidos”, diz o texto.
Esse ambiente no entorno de Lacerda favorece não apenas os seus adversários, mas serve de munição para os petistas que sonham aprovar a candidatura própria petista à Prefeitura de BH.
Esse cenário não agrada a direção nacional do PT, que desde já trabalha para ter o PSB apoiando a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.
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