segunda-feira, 19 de março de 2012

ENTREVISTA COM O CANDIDATO: Ronaldo Lessa (PDT)




O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) é o primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para prefeitura de Maceió. Lessa quer voltar ao posto em que, segundo ele, se sentiu mais à vontade. “Se naquela época houvesse a possibilidade de reeleição, eu certamente teria tentado”, afirma. Sem cargo desde 2006, quando não conseguiu se eleger senador, o alagoano quer editar novamente a aliança que o levou ao segundo turno em 2010, quando tentava voltar novamente ao governo do estado.
O que faz o senhor querer voltar ao cargo? Na verdade, se naquela época houvesse a possibilidade de reeleição, certamente teria tentado. Fui vereador e deputado, mas me encontrei muito mais no poder executivo. Acho que porque sou engenheiro civil. Meu plano era o Senado, algo que ainda não fiz, mas a possibilidade que existe no momento é disputar a capital. De tudo o que fiz, ser prefeito foi o que mais gostei.

Que partidos o apóiam? Minha candidatura está sendo estimulada principalmente por aqueles que me acompanharam na eleição de 2006. Tenho a simpatia do PT, PCdoB, PMDB, PV e PTB, embora alguns também tenham pré-candidato.

O prefeito Cícero de Almeida (PP) pode apoiá-lo? Acredito que sim. O candidato de coração do Cícero é Mozart Amaral (PMDB), secretário de obras. É um cara ótimo. Tenho uma boa relação com ele, mas não acredito que sua candidatura ganhe densidade até junho. Nessas circunstâncias, sobretudo se o PMDB caminhar comigo, acredito, sim, no apoio do prefeito.

João Lyra (PSD), que retirou sua candidatura em 2004 em prol de Cícero, também pensa em se candidatar. É uma alternativa. A mim, Cícero havia dito que se Lyra fosse candidato, seria difícil ele me apoiar. Entretanto, ouvi dizer que, na semana passada, durante um jantar-entrevista num restaurante de Maceió, o prefeito voltou atrás. Disse que é o grupo quem decidirá esse apoio. Ou seja, depende mais de quais partidos chegam unidos em junho do que dele próprio.

Faz dezesseis anos que o senhor deixou o cargo. O que mudou desde então? Muita coisa, mas precisava ter mudado mais. A população cresceu estupidamente. Apesar do que foi feito, o transito é um transtorno, a saúde precisa de mais atenção, o saneamento básico é muito deficiente. Precisamos de mais diálogo com o governo federal para projetos que precisam de muitos recursos, como transporte de massa.

E que pensa em fazer? Tenho muitas ideias, pois sempre morei aqui e conheço os problemas da cidade. Mas também muita coisa que não depende da gente. Por isso, devo montar grupos de estudo para pensar em soluções para a cidade a partir de abril.

Quais serão as prioridades? Na educação, precisamos aprofundar algumas conquistas. O número de vagas dobrou quando fui governador, mas precisamos focar em alguns setores, como as escolas técnicas. A saúde é uma grande deficiência no estado. Precisarei da melhores cabeças do setor público e privado para traçar o melhor caminho. Mas é visível que não dá para se ter uma saúde de qualidade pagando R$ 20 reais por consulta ao médico da rede pública. A violência explodiu no estado, e foi-se o tempo em que o prefeito podia deixar esse assunto exclusivamente na conta do governador.

Em 2010, sua candidatura quase foi barrada por causa da lei Ficha limpa. Pode acontecer novamente neste ano? Espero não ser vítima, como da vez anterior. Usaram uma condenação ridícula do TRE de Alagoas para barrar a minha candidatura, e me perseguiram até o fim. É salutar que a Justiça possa afastar as coisas ruins da política, mas alguns usam esses instrumentos para atingir indevidamente o adversário.
Marcelo Osakabe (FOTO: Hermínio Oliveira/ABr)

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