quinta-feira, 17 de maio de 2012

Relator do PT blinda Veja na CPI do Cachoeira



Relator do PT blinda Veja na CPI do CachoeiraFoto: Edição/247

ODAIR CUNHA (PT-MG) NEGA REQUERIMENTO DE FERNANDO COLLOR (PTB-AL) PARA RESGATE DE DEPOIMENTO DE REDATOR-CHEFE DA REVISTA VEJA, POLICARPO JUNIOR, EM DEFESA DE CARLINHOS CACHOEIRA; FEITO EM 2006, ESTÁ NOS ARQUIVOS DA CPI DOS BINGOS; "PARECE QUE TEM INTOCÁVEIS AQUI", REAGIU HUMBERTO COSTA (PT-PE)

17 de May de 2012 às 13:02
Luciana Lima _Repórter da Agência Brasil, Brasília - O requerimento para resgatar informações prestadas pelo jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal da revista Veja, em Brasília, à Comissão Parlamentar (CPI) dos Bingos, em 2006, causou discussão entre os parlamentares da CPMI do Cachoeira. O requerimento foi apresentado pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), mas não foi aceito pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). No entanto, dividiu o plenário da CPMI e tomou a maior parte da reunião de hoje.
No pedido, Collor lembrou que o jornalista testemunhou a favor de Cachoeira na CPI do Bingos e pediu que a CPMI destacasse desse depoimento as partes que indicam a relação com Cachoeira. "É necessário que pincemos esses trechos para que fique comprovado um conluio entre Policarpo Júnior e Cachoeira."
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), no entanto, classificou o pedido de Collor de atentado à liberdade de imprensa e de caráter "persecutório". "A função do jornalista é investigar. O jornalista de investigação conversa sim com pessoas próximas aos crimes", defendeu Miro. Já o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que Collor estava fazendo um "acerto pessoal" com a imprensa. "Esse requerimento tem inconstitucionalidade chapada", destacou.
Já os deputados e senadores do PT apoiaram o pedido feito pelo Collor. De acordo o deputado Paulo Teixeira (MG), o pedido não tem a intenção "de investigar a imprensa" e sim de apurar uma possível conduta inadequada do jornalista. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também concordou com o resgate das informações e disse que os integrantes da comissão estavam considerando o jornalista "um intocável". "Parece que tem intocáveis aqui, mas não se enganem, tudo virá à tona", destacou.
Quebra de sigilos
Os membros da comissão também aprovaram, nesta manhã, a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-diretor da Delta Engenharia no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, e do braço direito de Cachoeira, Idalberto Matias de Araújo, o Dadá.
Abreu foi preso em Brasília, no dia 25 de abril, pela operação Saint-Michel da Polícia Federal. Ele é flagrado e citado em diversas conversas com o contraventor. A Delta é uma das construtoras que tem mais contratos com o governo federal e teve um crescimento no patrimônio de 804% num período de dez anos. A empresa também é alvo de investigação que trata do repasse de verbas da companhia para empresas fantasmas que pertenciam à quadrilha de Cachoeira.
Dadá foi preso pela operação Monte Carlo, na mesma época que Cachoeira. Ele é ex-sargento da Aeronáutica e é acusado de atuar como principal informante do bicheiro, sendo responsável principalmente pela realização de grampos.

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