segunda-feira, 11 de julho de 2011

O depoimento de Pagot tira o sono de Paulo Bernardo

O pig é implacável com qualquer sombra de desvio ético que tenha algum petista envolvido. Se for petista de pedigree aí o escarcéu estará feito. Não foi sem aviso que o tal de Pagot foi parar no Dnit. O senador Mário Couto, opositor ferrenho de Lula e de Ana Júlia Carepa, vociferou dias a fio no senado contra a indicação desse cidadão.

Couto chegou a fazer até greve de fome para que uma CPI que tinha o número regimental de assinaturas coletadas fosse instalada no senado, impedida pelas manobras diversionistas de Sarney que utilizou-se de vários artifícios regimentais para que o festival de denuncias não pautasse a genda positiva que o governo à época implantava no país.

Aí com sabidas razões. A oposição joga o jogo do quanto pior melhor. Pode ter o interesse de querer mesmo investigar, de passar o Brasil a limpo e acabar com esse cancer da corrupção. Por trás, porém, de sua propalada busca pela moralidade há sempre uma razão subjacente que leva-nos a crer que o objetivo maior é a desestabilização do governo.

Não sou a favor desse moralismo exacerbado, da caça às bruxas porque por trás desse falso moralismo esconde o desejo oculto de levar o governo que nem bem começou à lona. A imprensa brasileira não tem nada de ética e nem a defende como propaga. Se o fizesse seria a primeira a querer o escalpo de Ricardo Teixeira, de Sérgio Cabral e de outros corruptos aliados. O governo Dilma não reza na cartilha neoliberal associada aos E.U.A  para quem a imprensa brasileira de fato está a serviço, plenamente devotada.

A mais recente leva de documentos revelados pelo wikileaks mostra que a embaixada dos E.U.A não tinha outra coisa a fazer que não fosse conspirar contra os interesses do Brasil em nosso solo com o apôio descarado de jornalistas quinta colunas que viviam de fruticar com o embaixador americano, passando para ele análises totalmente infundadas sobre o país e a corrida eleitoral em franca oposição ao governo do presidente Lula.

De William Waack, com a previsão de que Serra ganharia as eleições de 2010 ao ex ombudsman da Folha e outros jornalistas engajados na campanha de desmoralização do país que faziam questão de dá a conhecer ao embaixador americano em face do ódio que nutrem à Lula, colocando nesse grupo de traidores as principais figuras da oposição que se prestavam a passar horas discutindo estratégias de como evitar que o ex presidente Lula fizesse seu sucessor, estratégias essas articuladas em parceria com a embaixada Yank, são todos hipócritas, não buscam, embora aparente, a moralidade pública, a ética na política.

Tanto não buscam que nos 16 anos de governo tucano de São Paulo nunca apresentaram uma denúncia consistente de corrupção que levasse a uma consequência mais drástica. E não é por falta de desvios éticos. Paulo, "não se deixa um companheiro ferido na estrada" Preto que o diga.

Nas Minas Gerais, Anastasia, seguindo o modelo de governo de Aécio, baixou decreto que lhe permite governar por meio de leis delegadas, um entulho da época da ditadura que impede o parlamento de fazer o que é de sua essência, falar, discutir. A palavra parlamento por si traduz esse significado. Os deputados mineiros estão cumprindo uma função meramente decorativa. No legislativo paulista algo semelhante acontece disfarçadamente.

Os projetos do interesse do governo Alckmin já vem pronto, discutido em consenso com as lideranças partidárias. Os demais deputados só referedam, sem debater, sem apresentar emendas, ou propor qualquer alteração.

Acontecesse isso no governo Lula a mídia golpista diria que Lula é um Chavez, ditador que não respeita a democracia. Seriam os primeiros a empreenderem uma campanha de achincalhe ao congresso.

Em Minas e em São Paulo os governos são aliados tucanos que podem tudo em termo de comportamento antiético e antidemocrático. No Paraná o governador Richa do PSDB empregou quase todos os parentes. O irmão, José Richa Filho, a esposa, o filho também é secretário. Tivesse Lula arranjado uma boquinha nas centenas de milhares de cargos de livre provimento da União para um de seus irmãos teria sido queimado em praça pública.

Não sequer aqui desconhecer que exista corrupção no governo passado e no atual. A corrupção é inerente ao ser humano. Onde houver o homem como agente social manipulando verbas públicas ou somas astronômicas em dinheiro, haverá a tentação de misturar o que pertence aos outros como se nosso fosse. O que se tem que fazer é dificultar, punir, dá transparência aos atos de governo para que sejam fiscalizados.

Se a imprensa tivesse realmente interesse em passar o Brasil a limpo o faria denunciando com isonomia a todos os governos indescriminadamente e não só aqueles que não reza pela sua cartilha ideológica que faz parte da agenda oculta desvendada pelo Wikileaks e concorre para os mesmos interesses do império do Norte e seu receituário neoliberal de desregulamentação da econõmia com total autonomia para os mercados financeiros e consequente entrega da soberania nacional ao capital estrangeiro que elegeu os mercados emergentes como sua próxima parada, produzindo desemprego, desespero e guerras.

Agora que me dá uma satisfação íntima vê esses ministros petistas, atucanados, do governo Dilma levarem um sacode por dia nas página do PIG isso eu não nego. Um já se foi. Se esse Bernardo também se for será ótimo. Ele está enterrando o PNBL, ao entregá-lo as teles, e a regulação desse complexo mafiomidiático, teme fazer para não afrontá-lo. Tomara que Pagot o enrede em alguma trama. Vou dá risadas homéricas. E torcer pelo seu sangramento até a queda, para aprender a respeitar quem está do lado de cá, lutando nas ruas contra esse sistema golpista da midia.




Carlos Newton

Os nervos estão à flor da pele e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, quase perdeu a linha com a repórter Luiza Damé, de O Globo, que lhe fazia perguntas sobre o envolvimento dele com as obras do Ministério dos Transportes na gestão de Lula, quando ocupava o Ministério do Planejamento.

Como se sabe, o ainda diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, presta depoimento na Câmara hoje, e Paulo Bernardo é o coringa do carteado que se coloca sobre a mesa. Se Pagot fizer carga contra o ministro, dizendo que obedecia ordens diretas dele para beneficiar empreiteiras, vai ser uma festa.

De toda forma, mais ou cedo ou mais tarde, tudo virá à tona, não adianta tentar esconder, porque é corrupção demais. A CGU (Controladoria-Geral da União) já apura irregularidades em 34 contratos de obras e uma licitação do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e da Valec, estatal de ferrovias, órgãos vinculados ao Ministério dos Transportes. E a Polícia Federal já abriu outros 74 inquéritos para investigar desvio de verbas no Dnit, comandado até quarta-feira passada pelo PR, que é o ex-PL.

A coisa está feia, e na quinta-feira, representantes da CGU foram aos três órgãos (Dnit, Valec e Ministério), copiaram dados de oito computadores e levaram documentos para uma auditoria determinada pela presidente Dilma Rousseff. Os computadores do diretor afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, do ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves, o “Juquinha”, e do ex-chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa, serão analisados.

Uma expressiva fonte de corrupção está na Valec, estatal na qual a CGU já encontrou irregularidades em 23 contratos e uma licitação para ferrovias. Um dos problemas levou o ex-ministro Alfredo Nascimento a cancelar em maio passado uma licitação de R$ 800 milhões para a compra de trilhos para a Ferrovia Oeste-Leste. E se Nascimento cancelou, é porque a corrupção realmente passara de qualquer limite.

Os 23 contratos com indícios de irregularidades são referentes a vários trechos em construção da Ferrovia Norte-Sul e somam quase R$ 2 bilhões. Há indícios de superfaturamento e pagamento por serviços não realizados.

No Dnit, estão sendo fiscalizados pela CGU inicialmente 11 contratos: sete de rodovias e quatro de hidrovias. Na maior parte deles, os pagamentos não correspondem ao que foi realizado pelas construtoras. Mas há os outros 74 inquéritos da Polícia Federal em andamento para investigar desvio de verbas no órgão, vejam a que ponto chegamos.

Bem, de toda forma, a partir das 9 horas da manhã, com o início do depoimento de Pagot, transmitido direto do Senado Federal, começaremos a saber mais detalhes sobre o Dnit, que é o antigo DNER, também famoso por suas bandalheiras. Mudaram o nome, que já estava completamente imundo e desgastado, mas esqueceram de mudar as práticas administrativas.

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