quarta-feira, 13 de julho de 2011

Réu pelo furto ao BC é condenado a 170 anos

Cearense da quadrilha que violou caixa-forte do Banco Central recebe pena recorde entre acusados no caso

Clique na imagem para ampliar


A 11ª Vara da Justiça Federal no Ceará definiu a maior condenação já aplicada a um réu envolvido no furto milionário ao Banco Central de Fortaleza., ocorrido em agosto de 2005. Preso em 2006 e hoje detento no Instituto Penal Paulo Sarasate(IPPS), o cearense Raimundo Laurindo Barbosa Neto recebeu pena de 170 anos de reclusão, em regime fechado, mais multa de R$ 61,8 milhões - um cálculo judicial sobre bens adquiridos, dano ao erário e por quantia retirada.

“Neto Laurindo”, como é conhecido, foi acusado pelos crimes de furto qualificado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A sentença, assinada pelo juiz Danilo Fontenelle Sampaio, foi anunciada no último dia 5 e disponibilizada no site da Justiça Federal.

Outros 21 réus também foram julgados na mesma sentença., com penas entre oito e 75 anos. Desses julgados agora, só Neto e Jeovan Laurindo da Costa, também no IPPS, estão presos. Ambos teriam liderado a escavação de túneis, semelhantes ao de Fortaleza, em Porto Alegre e Maceió, para violação de outras agências bancárias. Ações financiadas, segundo a Polícia Federal, com o dinheiro furtado no Ceará. Os dois são naturais de Boa Viagem (CE) e têm laços familiares com Antônio Jussivan Alves dos Santos, o “Alemão”, tido como principal líder de todo o plano do furto ao BC. Jeovan recebeu pena de 50 anos de reclusão e multa de R$ 17,6 milhões.

À exceção de Cleberson Petrúcio de Almeida Aguiar Barros e Juvenal Laurindo, ambos atualmente foragidos, os demais réus respondiam em liberdade ao processo (nº 2006.81.00.009709-1). Dois deles, inclusive, policiais, acusados por lavagem: o investigador Victor Ares Gonzales, da Polícia Civil de Diadema (SP), e Benedito Ferreira da Silva, oficial da PM do Pará.

Desde que foi aberto o processo original (nº 2005.81.00.014586-0), em 15 de setembro de 2005, 40 dias após a descoberta da violação da caixa-forte cearense, foram instaurados outros 23 processos (com três aditamentos, que é a inclusão de nomes à ação judicial). No total, 134 réus, entre julgados e os que aguardam sentença.
A Justiça Federal estima que foram recuperados cerca de 25% dos R$ 164,7 milhões levados. A história, nos próximos dias, chega aos cinemas com o lançamento nacional do filme Assalto ao Banco Central.

Cláudio Ribeiro
claudioribeiro@opovo.com.br

Nenhum comentário: