segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tunísia vira exemplo de democracia em dia de eleição



Tunísia vira exemplo de democracia em dia de eleiçãoFoto: ANIS MILI/Reuters

PAÍS QUE DEU INÍCIO À PRIMAVERA ÁRABE DEMONSTRA MATURIDADE POLÍTICA NA PRIMEIRA VOTAÇÃO LIVRE DE SUA HISTÓRIA. HÁ NOVE MESES, O POVO SAIU ÀS RUAS PARA DERRUBAR O DITADOR BEN ALI

24 de Outubro de 2011 às 04:12
Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – Em dezembro do ano passado, uma revolta popular que tomou as ruas da Tunísia derrubou o ditador Ben Ali, dando início à chamada Privamera Árabe. A exemplo dos tunisianos, vizinhos do Oriente Médio e norte da África iniciaram protestos pela queda de regimes autoritários e a instauração da democracia. O últimos deles a cair foi o da Líbia, com o polêmico assassinato de Muammar Kadafi.
Mais de nove meses depois, a Tunísia volta a se tornar pioneira no mundo árabe ao organizar a primeira eleição livre de sua história. Neste último domingo, milhares de tunisianos participaram da votação para a formação da Assembleia Constituinte, em uma demonstração de maturidade política. Alguns deles passaram mais de três horas na fila, sem o menor sinal de impaciência – muitos dos eleitores se apresentaram sem pré-inscrição, o que retardou o processo. Depois do reinado de Habub Bourguiba e de 23 anos sob o regime de Ben Ali, a expectativa de uma democracia sem precedente foi representada por um nível de participação de mais de 90%.
A Assembleia vai designar um presidente e um governo intermediário até as eleições legislativas e presidencial. O islamista conservador Emnahda deverá assumir a dianteira. Para enfrentar o adversário, o partido de Rached Ghannouchi terá de formar alianças com os chamados modernistas, famílias políticas preocupadas em barrar a intrusão da religião em uma sociedade em plena mutação. A nova Assembleia também poderá enfrentar a falta de hegemonia. A eleição de domingo contou com 11 mil candidatos. O importante é que o primeiro passo foi dado rumo à democracia.

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