quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Segredo das viagens de Cabral vira questão de vida ou morte



Alguns deputados zombam do povo
Leonardo Picciani e Eduardo Cunha (de lado) comandaram a "operação abafa" que zombou do povo, como fez a deputada petista que dançou no plenário pra comemorar absolvição de mensaleiro
Leonardo Picciani e Eduardo Cunha (de lado) comandaram a "operação abafa" que zombou do povo, como fez a deputada petista que dançou no plenário pra comemorar absolvição de mensaleiro


Como já disse aqui e os vídeos postados mostram bem o que assistimos ontem na sessão da Câmara dos Deputados foi uma vergonha. O deputado Eduardo Cunha, que junto com seu colega Leonardo Picciani, comandou a “operação abafa” no plenário para proteger Cabral acabou – sem querer - definindo muito bem o que aconteceu: foi uma batalha de vida ou morte. Para ele, seus colegas do PMDB, seus aliados do PT e para Cabral, é claro. Para quem não leu o blog ontem, mostrei que no início da sessão que deliberou sobre o meu recurso sobre o requerimento das viagens de Cabral,o deputado Eduardo Cunha, tenso, de dedo em riste virou-se para o Líder do Governo, Cândido Vacarezza (PT – SP) e ameaçou: “É questão de vida ou morte. Se vocês me abandonarem agora não contem comigo daqui pra frente”.

Ora vejam só que nós estamos falando de um simples e corriqueiro requerimento de informações a um órgão federal, coisa que a nova Lei da Transparência da presidente Dilma é facultada a qualquer cidadão brasileiro. Ao contrário do que mentirosamente alegam os aliados de Cabral não se trata de uma investigação. É um pedido de informações. O que há de tão grave para se esconder? O governo defende a transparência, cria a Comissão da Verdade, mas quer esconder as viagens de Cabral.

Para terem uma idéia da vergonha. Quando a sessão teve início havia 410 deputados na casa e no plenário meia dúzia. Depois que pressionei da tribuna e a presidente Rose de Freitas (PMDB – ES) decidiu colocar o meu recurso em votação o deputado Leonardo Picciani (PMDB – RJ) tentou de todas as formas impedir que fosse votado. Acabou sendo derrotado. Quando viram que haveria votação deputados do PMDB e do PT faziam apelo desesperado para os colegas comparecerem ao plenário para votar contra. Os deputados do PT, depois da pressão de Eduardo Cunha que dizia que era caso de vida ou morte e ameaçar retaliar se curvaram, com raras exceções. Governadores de estados ligaram para deputados pedindo para votarem contra o requerimento. Foi um Deus nos acuda impressionante. Parecia que era o futuro da República que estava em jogo, sob ameaça. Inacreditável! Enfim, foi um dia lamentável. O parlamento sob pressão, para proteger as viagens de Cabral, abriu mão de suas prerrogativas constitucionais.

Como anunciei no blog ontem, não pensem que desisti. Vou recorrer ao Supremo Tribunal Federal.Para que os leitores não esqueçam dos nomes dos deputados fluminenses que traíram o povo que os elegeu e decidiram proteger o segredo das viagens de Cabral vou reproduzir de novo a lista com seus nomes.

Mas uma coisa não resta a menor dúvida, quando o deputado Eduardo Cunha disse que era “questão de vida ou morte”, não se iludam. Vida ou morte para Cabral. Mas diante de tudo o que aconteceu a sensação que muitos têm é que as viagens de Cabral escondem um segredo que abala a República. O fato é que o dia de ontem lembrou aquele trágico episódio da ex-deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), que zombou do povo brasileiro dançando no plenário quando seu colega João Magno (PT-MG), réu do Mensalão, escapou da cassação. Ontem, em mais um capítulo triste da história da Câmara dos Deputados, alguns deputados voltaram a zombar do nosso povo.


Deputados do Rio que votaram contra o recurso de Garotinho para defender o segredo das viagens de Cabral
Deputados do Rio que votaram contra o recurso de Garotinho para defender o segredo das viagens de Cabral



http://www.blogdogarotinho.com.br/lartigo.aspx?id=9541http://www.blogdogarotinho.com.br/lartigo.aspx?id=9541

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