quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Deputado monta circo na defesa de seu pai


Documentos comprovam que Lista de Furnas fundamentou-se em relatório de Danilo de Castro que contém pagamentos feitos à imprensa e políticos


Após cinco anos de profunda investigação desenvolvida pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, através dos Processos: 2006.02.01.009003-2 e 2006.02.01.00275-3, ambos em tramitação na Justiça Federal carioca, que iniciou-se após determinação de busca e apreensão de documentos ocorrido na residência do ex-dirigente de Furnas, Dimas Fabiano Toledo, localizada na capital fluminense, onde foram apreendido documentos e computadores.

Ao contrário do que vem afirmando o Deputado Federal Rodrigo de Castro (PSDB-MG) junto com outros lideres políticos envolvidos no esquema de Furnas, a documentação existente e que comprova como operou o esquema não foi entregue pelo “bode expiatório”, Nilton Monteiro, e sim apreendidos na residência de Dimas Fabiano Toledo. Após a apreensão ocorrida na casa de Dimas, foram realizados diversos cruzamentos de dados com outros documentos apreendidos em outras operações da Polícia Federal.

Dentre os maiores recebedores de recursos do esquema de Furnas, conforme recibos e outros comprovantes, estão os principais veículos da mídia impressa, falada e televisada de Minas e do Brasil. A situação do secretário de Governo de Minas é extremamente delicada neste processo porque seu relatório encaminhado a Dimas Fabiano Toledo foi feito em papel timbrado do Governo de Minas. O que agrava sua prática criminosa.

Diante da recusa do Ministério Público e da Justiça Federal carioca em ceder às suas pressões e cientes da inevitável apresentação de denúncia criminal pelo MPFRJ, o grupo envolvido resolveu partir em busca da divulgação da versão de que os documentos seriam falsos.

Tudo na tentativa de desacreditar os documentos. A revista “Veja” foi a primeira a ser utilizada. O resultado foi relativamente pequeno, embora sua matéria tenha repercutido na mídia nacional.

Durou pouco até que os veículos foram atrás da constatação do que era noticiado. A “Folha de São Paulo” foi o primeiro a recuar e rever seu posicionamento ao perceber que ela mesma já havia, em 2006, divulgado que existia uma perícia que comprovava ser autêntica a lista de Furnas. “Estadão” e “O Globo” seguiram o mesmo caminho. Apenas a “Veja” continuou divulgando a versão dos envolvidos no esquema de corrupção denominado “Lista de Furnas”.

Diante do recuo da maioria da imprensa nacional e a falta de espaço na Câmara e no Senado Federal, onde seus membros conheciam a fundo a verdade sobre os fatos, os envolvidos no esquema resolveram partir para Minas Gerais onde sabidamente eles têm a boa vontade da mídia, da Assembleia Legislativa e da alta direção do Ministério Público Estadual.

A Assembleia Legislativa mineira, após sucessivos mandatos do ex-deputado Romeu Queiroz frente sua presidência e posteriormente de deputados da mesma linha e conduta de Romeu como Mauri Torres e o atual vice-governador Alberto Pinto Coelho, transformou-se em refém do executivo não apenas em busca de privilégios.

Após mais de uma década de perfeita sintonia entre o Poder Executivo e o Ministério Público Estadual, através da nomeação, pelo governador, do procurador de Justiça que o agradava e não o mais votado pelos membros da instituição. O MPMG, sobre o cabresto do procurador geral, transformou-se em órgão anexo ao Palácio da Liberdade, só permitindo a realização de procedimentos que não desagradassem o Poder Executivo.

Como o MPMG tem uma enorme quantidade de investigações e provas sobre as irregularidades cometidas pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais e por seus integrantes. Procedimentos investigatórios estes que andam até juntar provas, após sem outras conseqüências são estrategicamente “avocados” pelo Procurador Geral, permanecendo paralisados de acordo com o interesse do Poder Executivo.

Ao menor sinal do Palácio da Liberdade, com a conivência dos diversos ex e atual presidente do parlamento mineiro, a fera do Ministério Público é solta ameaçando e intimidando os deputados, seus prefeitos e vereadores de suas bases eleitorais. Este é o clima de terror existente a mais de uma década na relação entre os Poderes. Como já amplamente noticiado pelo Novojornal, a área de “inteligência” do Poder Executivo mineiro encontra-se funcionando através de convênio instalado na sede da Procuradoria de Justiça em Belo Horizonte.

O arquiteto deste modelo de relacionamento não é outra pessoa senão o secretário de governo, pai do deputado Rodrigo de Castro e o principal envolvido no esquema de Furnas. O acusado pelo grupo político de falsário, Nilton Monteiro, é apenas um lobista que já havia denunciado na corregedoria de Polícia e ao MPMG o esquema que estava sendo montado na tentativa de incriminá-lo.

A prisão política de Monteiro será uma nodoa permanente na administração tucana. Devido aos antecedentes da conhecida “Gangue dos Castros”, não é de se estranhar o comportamento do deputado Rodrigo de Castro e de integrantes da Polícia Civil mineira a mando dos mesmos.

Novojornal disponibiliza abaixo cópia do documento assinado por Danilo de Castro acompanhado de sua perícia e o número dos procedimentos que tramitam na Justiça Federal Carioca.



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