quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ficha Limpa? Kkkkkkk



Ficha Limpa? KkkkkkkFoto: BETO BARATA/AGÊNCIA ESTADO

A POSSE DE JADER BARBALHO SIMBOLIZA O ENTERRO DA LEI QUE MOBILIZOU BRASILEIROS E REUNIU UM MILHÃO DE ASSINATURAS; QUEM MOSTRA A LÍNGUA É O FILHO DO SENADOR PARAENSE, MAS BEM QUE PODERIA SER O PAI, EMPOSSADO NESTA QUARTA NO CONGRESSO

Por Agência Estado
28 de Dezembro de 2011 às 21:33Agência Estado
247 com Agência Estado - Se ainda havia a esperança de que a Lei da Ficha Limpa servisse para alguma coisa, ela acabou na tarde desta quarta-feira, quando o ex-governador Jader Barbalho (PMDB-PA) tomou posse em caráter extraordinário. E as caretas de seu filho Daniel, 9 anos, durante a entrevista coletiva do senador se encarregaram de dar o tom do retorno de Jader ao Senado. Ele, que renunciou ao mandato em 2001 para escapar de uma cassação, foi barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa, mas conseguiu anular a validade da legislação no Supremo Tribunal Federal (STF).
A posse de Jader fortalece o PMDB e reforça o time fiel ao presidente do Senado, José Sarney (AP), e ao líder do partido na Casa, Renan Calheiros (AL). Jader chega como aliado de peso de Renan, num momento em que sua liderança é contestada pelo chamado G8 - grupo de oito senadores que aportaram no início do ano e reivindicam voz e poder decisório na bancada.
A bancada peemedebista começou o ano com 21 titulares e acabou reduzida a 17, dos quais oito questionam a liderança de Renan. Um dos expoentes do grupo, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), defende que haja nova eleição de líder no ano que vem, enquanto Renan espera continuar no cargo por mais um ano a fim de se cacifar para a sucessão presidencial na Casa em 2013.
É nesse cenário que Jader fará diferença. Homem forte do PMDB - foi presidente da legenda, presidente do Senado e líder da bancada - Jader não vai disputar espaço com Renan nem com Sarney num primeiro momento. O papel de Jader será outro: político experiente e hábil articulador, ele está pronto para defender o projeto de poder de Sarney e Renan, que empunharam armas para apressar o desfecho de seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). "Entro no fim da fila, como um recruta, venho colaborar", declarou em coletiva após a sua posse.
Até então, Renan havia perdido dois aliados - Wilson Santiago (PMDB-PB) e Gilvam Borges (PMDB-AP) - por determinação do Supremo, que mandou dar posse a eleitos barrados pela Lei da Ficha Limpa: Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e João Capiberibe (PSB-AP). Jader Barbalho reivindicava a mesma prerrogativa, mas a cúpula do PMDB teve de entrar em campo para apressar o julgamento do aliado no Supremo. O salvo-conduto para a posse de Jader saiu há três semanas, após pressão ostensiva da cúpula do PMDB.

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