Foto: DIDA SAMPAIO/AGÊNCIA ESTADO
DEPUTADA FEDERAL PELO PCDOB LIDEROU AS PESQUISAS PARA A SUCESSÃO NA PREFEITURA DE PORTO ALEGRE DURANTE TODO O ANO, MAS NÃO CONSEGUIU CONVENCER O PT DE QUE É O MELHOR NOME PARA A DISPUTA; O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DO RS, ADÃO VILLAVERDE (PT), DIZ NÃO ABRIR MÃO DE ENCABEÇAR CHAPA EM 2012
Rodolfo Borges _247 – A deputada federal Manuela d’Ávila (PCdoB) prefere um posicionamento político e conciliador sobre o assunto, mas é claro seu incômodo diante da postulação da pré-candidatura de Adão Villaverde (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, à prefeitura de Porto Alegre. Apontada como favorita nas pesquisas de opinião da capital – inclusive à frente do atual prefeito, José Fortunati (PDT) –, a deputada viu a pretensão de encabeçar uma poderosa (e aparentemente imbatível) coligação apoiada pelos governos do estado e federal ameaçada pela decisão do PT de apresentar candidatura própria.
Ao 247, a pré-candidata a Porto Alegre pela frente PCdoB-PSB lamentou a hipótese de ter de disputar votos com o PT no próximo ano. “A unidade é o que pode garantir a vitória”, diz Manuela, que aproveitou para lembrar que PSB e PCdoB “cortaram na própria carne” em favor do PT nas eleições do ano passado, quando retiraram a candidatura do deputado federal Beto Albuquerque (PSB) para apoiar o atual governador Tarso Genro (PT). “Aparecíamos bem (no ano passado) e retiramos. Hoje, a principal força passou a ser o meu partido”, compara a pré-candidata.
No pior dos cenários projetados para as eleições municipais de 2012, Manuela aparece com 27% das intenções de voto – e chega até 35% na mais favorável das projeções. Mesmo assim, a executiva municipal do PT optou por apresentar a candidatura de Villaverde, que disse ao 247 nesta semana que ainda pretende buscar acordo com PCdoB e PSB, mas sem abrir mão da cabeça de chapa. “Não sou candidata do meu partido, mas do PCdoB e do PSB. Falo por uma frente política”, diz Manuela, que defende a adoção do mesmo critério das eleições estaduais de 2010 para definir uma chapa única para a base estadual do Rio Grande do Sul.
Segundo a deputada federal, cabe ao PT, enquanto principal partido da base do Rio Grande do Sul e do governo federal, “ter responsabilidade no processo das eleições municipais” e abrir mão de candidaturas em alguns casos. “É uma questão de nacionalidade política. Falamos com a base a partir do mesmo instrumento que utilizamos em 2010. Apareci em primeiro lugar (nas pesquisas) durante o ano inteiro”, argumenta, destacando que não pretende fazer esse debate pela imprensa e que espera ouvir a opinião do PT sobre o assunto, mas não publicamente.
Manuela continua considerando sua candidatura a “mais viável” para a capital gaúcha e diz que o diretório nacional do PT conhece a posição da frente PCdoB-PSB. “Abrir mão de candidatura própria não seria um passo atrás para o PT, mas à frente”, diz a deputada, que ganhou em importância política neste ano ao presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara em um governo no qual o tema ganhou amplitude como nunca, graças às discussões sobre a Comissão da Verdade e a união estável entre homossexuais.
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