segunda-feira, 2 de abril de 2012

Demóstenes tem "conversa definitiva" com DEM



Demóstenes tem Foto: Edição/247

PRESIDENTE DO PARTIDO, JOSÉ AGRIPINO MAIA OUVIRÁ DO SENADOR, NESTA TARDE, EXPLICAÇÕES SOBRE AS GRAVAÇÕES QUE DENUNCIAM SUA RELAÇÃO COM O BICHEIRO CARLINHOS CACHOEIRA; É A ÚLTIMA CHANCE DE DEMÓSTENES, QUE SE RECUSA A PEDIR AFASTAMENTO E PODE SER EXPULSO DA LEGENDA ATÉ AMANHÃ

02 de Abril de 2012 às 13:26
Agência Brasil - O presidente do Democratas (DEM), José Agripino Maia (RN), terá hoje "uma conversa definitiva" com o senador e ex-líder do partido no Senado, Demóstenes Torres (GO), para ouvir dele as explicações sobre as denúncias de envolvimento em negócios ilícitos conduzidos pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A finalidade é encaminhar as explicações à Executiva Nacional para que o órgão decida sobre a permanência de Demóstenes na legenda.
Participam do encontro também o presidente do diretório regional de Goiás, deputado Ronaldo Caiado, e o líder do partido na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). Segundo o presidente do partido não havia até o fim da manhã nem hora nem local para a reunião.
A assessoria de José Agripino informou que o senador Demóstenes Torres já comunicou que está pronto para dar as informações ao partido sobre o caso. Perguntado sobre uma eventual abertura de processo de expulsão de Demóstenes pela Executiva Nacional, José Agripino, disse que é preciso antes ouvir o parlamentar.
"Temos que ouvir as explicações dele. Não vou antecipar uma conversa que nem tive [com Demóstenes Torres]. Seria uma falta de habilidade de minha parte antecipar os rumos de uma conversa que ainda não tive", disse ele.
Membros da Executiva Nacional disseram que a cúpula do DEM tenta convencer o senador goiano a tomar a iniciativa de pedir o afastamento do partido. Isso evitaria um desgaste ainda maior de sua parte e também do Democratas que se veria obrigado a abrir o processo de expulsão. A informação, no entanto, não foi confirmada oficialmente por Agripino Maia.
Para o secretário-geral do Democratas, Ônyx Lorenzoni (RS), a situação de Demóstenes é insustentável. À Agência Brasil, ele disse que "não tem outra alternativa [internamente] que não seja abrir um processo ético" pela Executiva Nacional.
Caso a Executiva Nacional decida abrir processo de expulsão, será designado de imediato um relator para o caso e o senador terá regimentalmente oito dias para apresentar defesa. Feito isso, o relator do processo dará, na reunião da Executiva Nacional, o parecer que será posto em votação, informou Ônyz Lorenzoni.
Em conversa com a Agência Brasil, alguns membros da Executiva se disseram "perplexos" com as recorrentes denúncias de participação de Demóstenes Torres em um suposto esquema de exploração jogos ilegais, comandado por Carlinhos Cachoeira. É o caso, por exemplo, do ex-senador Heráclito Fortes (PI). "Estou perplexo e muita gente também, mas precisamos ouvir o Demóstenes", disse o ex-parlamentar.
Heráclito Fortes ressaltou que, apesar do direito de resposta que deve ser garantido ao senador, a decisão da Executiva Nacional terá que ser tomada com rapidez. "O momento exige essa rapidez", disse ele.
Frente se reúne com Marco Maia
Nesta terça-feira, a Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, coordenada por Francisco Praciano (PT-AM) terá um encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS) também para analiar as acusações sobre o envolvimento de Cachoeira com deputados. O líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar, e o presidente nacional do partido irão exigir que a Corregedoria da Câmara convoque os parlamentares citados nas investigações da Polícia Federal para que deem explicações sobre o caso.

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