segunda-feira, 2 de abril de 2012

OAB pede renúncia já e DEM acossa Demóstenes



OAB pede renúncia já e DEM acossa DemóstenesFoto: Edição/247

PRESIDENTE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, OPHIR CAVALCANTE PEDE “RENÚNCIA IMEDIATA” DO SENADOR ENVOLVIDO COM OS INTERESSES DO CONTRAVENTOR CARLINHOS CACHOEIRA; LÍDER DO DEM, ACM NETO ENCURTA PRAZO DE EXPLICAÇÕES PARA AMANHÃ

02 de Abril de 2012 às 07:57
247 – O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) está perto, cada vez mais perto de seu fim político. Neste domingo 1, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, pediu “a renúncia imediata” do senador. Ao mesmo tempo, o líder do DEM na Câmara dos Deputados, ACM Neto (DEM-BA), afirmou que o prazo concedido pelo partido para as explicações do senador termina na noite da segunda-feira 2. Antes desse pronunciamento, Demóstenes acreditava que teria até o dia seguinte para se explicar. Nas duas possibilidades, no entanto, ele não tem saída para convencer seus pares de que não fez uso de seu mandato a favor dos interesses do contraventor Carlinhos Cachoeira, preso pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, num presídio em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Em vários diálogos grampeados legalmente pela PF, cujo conteúdo ocupa diferentes setores da mídia, Demóstenes assume a postura de total atenção aos pedidos de Cachoeira, realizando, inclusive, reuniões e articulações a seu pedido para a implantação de esquemas ilegais dentro da Agência Nacional de Vigilância Sanitário (Anvisa) e da Infraero, a estatal que cuida dos aeroportos.
Em 11 de abril do ano passado, a Polícia Federal interceptou o seguinte diálogo entre Demóstenes, que telefonou, e Cachoeira, que atendeu:
Carlinhos Cachoeira: Ô, doutor!
Demóstenes Torres: Mestre, é o seguinte:
CC: Oi?
DT: Querendo... tem agência de publicidade querendo entrar lá no Mato Grosso. Cê acha que consegue?
CC: Quem tem?... Quem tem?
DT: Amigo nosso.
CC:Uai. Pode ser!... Vou olhar isso agora. Se for interesse seu.
DT:Tá licitando pra Copa. Acho um negócio bacana.
CC: Não, eu acho que eu consigo. Tá, vou olhar agora.
DT:Então, falou. Um abraço. Você me avisa.
CC: Tá bom. Tchau!
O trecho foi obtido pelos jornalistas Marcelo Rocha, Murilo Ramos e Andrei Meirelles, da revista Época. A Operação Monte Carlo descobriu que o interesse do esquema se dava em torno de uma licitação para ações de marketing em torno da Copa de 2016, cuja licitação fora dividida em dois lotes, de R$ 13 milhões cada um.
Na Anvisa, a Polícia Federal já sabe que o senador procurou, mais de uma vez, audiências com o presidente Dirceu Barbano para tratar de interesses diretos da Vitapan Indústria Farmacêutica, de propriedade de Cachoeira.

Nenhum comentário: