Em depoimento ao Ministério Público do Rio Gande do Norte, o empreiteiro José Gilmar de Carvalho Lopes disse que o senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM, recebeu doação ilegal de R$ 1 milhão na campanha de 2010.Dono da construtora Montona, José Gilmar foi ouvido em novembro de 2011, no inquérito que apura fraudes no Detran-RN. Contou aos promotores que o suposto repasse a Agripino teria sido feito por um advogado: George Olímpio. Ambos, empreiteiro e advogado, foram presos e denunciados no caso do Detran potiguar.
Na versão do empreiteiro José Gilmar, o advogado George “deu R$ 1 milhão em dinheiro, de forma parcelada, na campanha eleitoral de 2010, a Carlos Augusto Rosado [marido da governadora Rosalba Ciarlini, do DEM] e a José Agripino Maia.”
O Ministério Público potiguar confirma o teor do depoimento e informa que remeteu a peça para análise procurador-geral da República Roberto Gurgel, em Brasília. Agripino nega o recebimento da verba.
Em nota, o gabinete do senador escreve que o advogado José Luiz Carlos de Lima, defensor do empreiteiro que o acusou, informa que seu cliente já se desdisse:
“O advogado informou que o empresário fez as primeiras afirmações sob efeitos de medicamentos, sem estar acompanhado de um advogado criminal e logo depois de ser preso, o que prejudicou e distorceu o teor das declarações.”
A nota prossegue: “Segundo José Luiz Carlos de Lima, nos depoimentos seguintes e na defesa preliminar remetida à Justiça, Gilmar negou peremptoriamente ter informação sobre doação para campanha.”
Caberá agora ao procurador-geral Roberto Gurgel decidir se há ou não elementos que justifiquem um pedido de investigação no STF, o foro constitucional dos congressistas.
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