quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MEC joga a bola para Christus



MEC joga a bola para ChristusFoto: L.C.Moreira/Agência Estado

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ADMITE VAZAMENTO DE QUESTÕES NO PRÉ-TESTE APLICADO NO COLÉGIO DE FORTALEZA; ESCOLA CRITICA DECISÃO DE ANULAR PROVAS DOS ALUNOS

27 de Outubro de 2011 às 18:21
Diego Iraheta_247 - O Ministério da Educação finalmente reconheceu que houve vazamento de 14 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011. Segundo o ministério, esses itens haviam sido aplicados no pré-teste do colégio Christus, de Fortaleza (CE). Em nota oficial, o MEC tira do colo qualquer responsabilidade pelo incidente e dá a entender que o problema foi totalmente do Christus.
O pré-teste é um processo sigiloso organizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao MEC. O objetivo é medir o nível de complexidade das questões com turmas de terceiro ano em várias partes do País. No total, 91 alunos do Christus tiveram acesso a essas questões no pré-teste. O MEC, entretanto, enfatiza: "... as questões reproduzidas não eram de domínio público, e não poderiam ter sido memorizada spelos estudantes, devido ao grau de detalhismo e similaridade".
Na prática, o Ministério da Educação blinda a organização da etapa. O MEC destaca que, durante o pré-teste, os cadernos de provas foram devolvidos e checados. E acrescenta que nenhuma parte do material foi extraviada. Ao final da nota (leia a íntegra), reproduz quatro declarações que comprometem o Christus.
Entre elas, a revelação de um estudante que ligou para o 0800 do Inep. Segundo o jovem identificado como J.G.M, os alunos do Christus receberam apostilas com 92 questões três dias antes do exame - incluindo as 14 questões que foram cobradas no Enem. "O mais curioso foi termos recebido das mãos de um dos coordenadores e principais professores, com a instrução de que não deveríamos compartilhar os TDs [apostilas] com nenhum candidato de outra escola", denuncia.
Christus critica MEC
A escola alvo da polêmica do Enem criticou hoje a medida do MEC de cancelar as provas dos candidatos que estudam no Christus. A instituição chamou a decisão de "ilegal e abusiva" e sugeriu a anulação das questões - e não dos testes dos alunos.
"A medida acenada pelo Inep mostra-se inteiramente desconectada da solução do problema, e submete o colégio Christus e seus alunos, que não cometeram qualquer ilícito, a uma ilegal penalidade, em manifesto prejuízo aí sim, à isonomia", diz a nota, referindo-se à justificativa do MEC de que a anulação das provas dos estudantes do Christus visava a promover a igualdade de condições de todos os candidatos do concurso.

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