quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Podval, Sabino e o mistério das páginas amarelas



Podval, Sabino e o mistério das páginas amarelasFoto: Divulgação

QUE CRITÉRIO DEFINE A PUBLICAÇÃO DE UMA ENTREVISTA NUM DOS ESPAÇOS MAIS NOBRES DA IMPRENSA BRASILEIRA? O INTERESSE PÚBLICO OU PRIVADO? A ENTREVISTA, EM VEJA, DO CRIMINALISTA ROBERTO PODVAL, QUE SONHA EM PRESIDIR A OAB, DEIXA DÚVIDAS

27 de Outubro de 2011 às 18:11
247 – A disputa é apenas no ano que vem, mas a corrida eleitoral já começou. Em jogo, a presidência da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil. Quem mais se movimenta numa espécie de pré-campanha no mundo jurídico é o criminalista Roberto Podval, que ganhou notoriedade nacional ao defender o casal Nardoni, no julgamento sobre o assassinato da menina Isabela.
O marco zero dessa pré-campanha de Podval foi uma entrevista nas páginas amarelas da revista Veja, um dos espaços mais nobres da imprensa brasileira, onde já falaram personalidades como Bill Clinton e Kofi Annan. Podval, apresentado pela revista como “um dos advogados que mais trabalham no País” e representante “de uma geração que tem encontrado trabalho com facilidade” foi uma surpresa até para os leitores de Veja, pois, mesmo no mundo do direito, ele é um nome ainda em formação.
Os detratores de sua chapa à presidência da OAB-SP a batizaram como “chapa Pepino di Capri”. Isso porque Podval promoveu um banquete em Capri, para festejar seu casamento, para o qual foram convidados autoridades, como o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, e jornalistas, como Mario Sabino, redator-chefe de... sim, da revista Veja. Segundo o jornalista Luis Nassif, a ligação entre Podval e Sabino provocou até a demissão de um nome de primeira grandeza de Veja – o jornalista Felipe Patury, que a trocou por Época, porque não pôde noticiar, na Abril, nenhuma linha sobre o casamento de Podval.
Ligação mais estreita
O vínculo entre Podval e Sabino, no entanto, vai além da pura amizade e de encontros eventuais na Costa Amalfitana. Foi o criminalista quem obteve para o redator-chefe de Veja o habeas corpus 2008.03.00.040887-3/SP, no Tribunal Regional Federal da Terceira Região.
Sabino era processado pelo delegado Moyses Eduardo Ferreira, da Polícia Federal, em função de três reportagens publicadas por Veja: “Nuvens Escuras no Horizonte”, “Nota Oficial de Veja” e “A falácia do Doutor Moisés”. O inquérito foi trancado em janeiro de 2010. Podval se casou em julho de 2011. As páginas amarelas foram publicadas neste mês.

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