Em 2008, Novojornal divulgou que entre 2001 e 2002 uma das empresas controlada pelo atual prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), era investigada pela Polícia Federal por suposto envio ilegal de US$ 117 milhões (cerca de R$ 500 milhões, em valores atuais) a uma conta movimentada por doleiros em Nova York.
Na época, Marcio Lacerda, então candidato a prefeito de Belo Horizonte, ajuizou Ação no Juizado Criminal de Belo Horizonte contra o diretor responsável do Novojornal.
Fundamentado em uma Certidão, hoje comprovadamente falsa, emitida pela Polícia Federal, de que Lacerda não estaria sendo investigado, o juiz, descumprindo a tramitação normal do processo e uma decisão superior, condenou o diretor do Novojornal. O processo encontra-se hoje no Superior Tribunal de Justiça (STJ), aguardando para ser enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O Certificado pela PF que atestava não existir qualquer investigação que envolvia Marcio Lacerda, desde então tentava tirar a culpa dele.
Mesmo assim, a Polícia Federal confirmou que, as remessas foram feitas em nome da Construtel Tecnologia e Serviços S.A., sem comunicação às autoridades financeiras do país, entre 2001 e 2002. Concluindo, informa: A investigação apura se houve crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Na época das remessas, Marcio Lacerda era sócio majoritário, diretor-presidente e representante legal da empresa.
Hoje, a empresa é dirigida por Gabriel Nascimento de Lacerda, filho do prefeito. Marcio Lacerda, no entanto, é o principal acionista da Macunaíma Participações Ltda, que detém o controle da Construtel.
Apesar de ser o representante legal da empresa à época, ao contrário do que determina a lei, Lacerda inexplicavelmente foi excluído de responsabilidade direta no caso, em uma decisão do delegado da Polícia Federal agora confirmada no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) no último dia 27 de outubro. Para o tribunal, não houve "comprovação objetiva" da responsabilidade de Lacerda nas remessas. Como se para ser responsável pela remessa, deveria Marcio Lacerda ter levado o dinheiro até o exterior.
Informações da PF, reproduzidas na decisão do TRF-1, mostram que houve essa comprovação em relação a Edmundo do Nascimento Pires, homem de confiança de Marcio Lacerda.
Pires era o diretor financeiro da Construtel na época do envio do dinheiro ao exterior. Ele continua até hoje na direção da companhia, ao lado de Gabriel Lacerda.
A participação de Edmundo continua sob investigação. O inquérito agora passará a tramitar na Justiça Federal de Minas Gerais.
Doações
Em 2002, a Construtel foi uma das principais doadoras da campanha de Ciro Gomes à Presidência da República, com uma contribuição de R$ 400 mil. Marcio Lacerda, que doou outros R$ 550 mil, era o responsável pelas finanças da campanha.
A investigação contra a Construtel é um desdobramento da Operação Farol da Colina, de 2004, que descobriu um esquema de lavagem de dinheiro por meio de doleiros. Mais de 50 pessoas foram presas.
Assim como no caso envolvendo a empresa de Lacerda, os dólares eram depositados em subcontas registradas com nomes de fantasia e vinculadas a uma "conta mãe", a Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York.
Documentos que fundamentam esta matéria
Matérias relacionadas
Um comentário:
Na verdade seriam 117 mil; e não 117 milhões. Esse caso é antigo e, pra falar a verdade, a única novidade é que o Lacerda foi inocentado. Mas é só se aproximar as eleições que começa a baixaria...
Postar um comentário