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POLÍCIA FEDERAL ABRE INQUÉRITO CONTRA A CHEVRON PARA APURAR O DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO NA BACIA DE CAMPOS, NO RIO; SEGUNDO ONG SKYTRUTH, O POÇO JÁ DESPEJOU CERCA DE 15 MIL BARRIS DE ÓLEO NO MAR. MANCHA PODE SER MAIOR DO QUE A BAÍA DE GUANABARA
Agência Brasil - O delegado Fabio Scliar, titular da Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Federal (PF), determinou nesta quinta-feira (16) a abertura de inquérito para investigar o vazamento de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, norte do Rio de Janeiro.
A responsabilidade pela exploração da área é da empresa Chevron Brasil Upstream. Desde a última quarta-feira (9), ela trabalha para conter o vazamento, que está vindo do fundo do oceano.
De acordo com a PF no Rio, uma equipe de peritos da Delegacia do Meio Ambiente foi deslocada na tarde de hoje para o município de Campos, devendo começar nesta quinta-feira (17) os trabalhos para detectar a extensão e as possíveis causas do vazamento.
Se for necessário, os policiais vão requisitar aeronave para chegar ao local do acidente ambiental, distante cerca de 120 quilômetros da costa. A mancha tem 160 quilômetros quadrados, o equivalente a cerca da metade da área da Baía de Guanabara, segundo a Chevron.
De acordo com a empresa, já foram iniciados procedimentos de fechamento do poço, com injeção de lama pesada e posterior cimentação. O vazamento está situado a uma profundidade de 1,2 mil metros de lâmina d´água e o petróleo que vaza é do tipo pesado.
Mas a ONG SkyTruth, especializada em interpretação de fotos de satélites com fins ambientais, declarou que o problema no campo Frade pode ser dez vezes pior do que o divulgado pela Chevron. A análise das imagens do satélite Modis/Aqua, da Nasa, tiradas no dia 12 de novembro, mostram que a mancha de óleo aparentemente vinda do poço Frade se estende por 2.379 quilômetros quadrados. A assessoria de imprensa da Chevron afirma que estimativa para o volume total do vazamento é de 400 a 650 barris.
“Assumindo que o vazamento começou no dia 8 de novembro, nós estimamos que a taxa de vazamento seja de 3.738 barris por dia (594.294 litros). O que é dez vezes mais que o estimado pela Chevron (330 barris por dia, ou 52.465 litros)”, informou a ONG em seu blog. A SkyTruth foi um dos primeiros a anunciar a dimensão do vazamento do Golfo do México em 2010.
A partir de imagens de satélite, que mostravam a área da mancha de óleo na Bacia de Campos - 2.379 quilômetros quadrados - foi possível estimar o volume de óleo. O estudo usou a menor espessura possível de óleo, um mícron. A partir deste cálculo, a SkyTruth concluir que o poço no Campo Frade já derramou cerca de 15 mil barris de óleo (2.384.809 litros) no mar.
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