quarta-feira, 14 de março de 2012

Braço direito de Dilma pode virar réu no STF


Braço direito de Dilma pode virar réu no STF

Braço direito de Dilma pode virar réu no STFFoto: TONINHO ALMADA/AGÊNCIA ESTADO

DENÚNCIA APRESENTADA PELO MP DIZ RESPEITO A FRAUDES EM LICITAÇÕES NA PREFEITURA DE BH; EX-PREFEITO, PIMENTEL ERA TIDO ATÉ COMO UMA ALTERNATIVA PARA SUCEDER GUIDO MANTEGA, EM EVENTUAL MUDANÇA NA FAZENDA; SE VIRAR RÉU...

14 de Março de 2012 às 07:25
247 – A presidente Dilma pode perder o nome mais forte de seu governo, considerado até uma alternativa para suceder Guido Mantega. A Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de fraude em licitação pública e “desvio de recursos em proveito alheio”, em 2004, época em que ele era prefeito de Belo Horizonte.
Segundo informações do Estadão, Pimentel é questionado por um convênio firmado pelo petista mineiro com a Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) e a Polícia Militar, num projeto conhecido por Olho Vivo. O prefeito, o procurador-geral do município, Marco Antônio Rezende, e outros dois diretores da prefeitura de BH teriam subcontratado a CDL para que a licitação para aquisição dos equipamentos de câmera de segurança fosse evitada. Com valor inicial estimado em R$ 14,7 milhões, o convênio foi cancelado no ano seguinte após denúncias de irregularidades. Entre o repasse inicial feito pela prefeitura e os gastos com compras, gerou-se uma diferença de R$ 1,1 milhão, mas os promotores mineiros cobram de Pimentel e dos outros envolvidos a devolução aos cofres públicos de mais R$ 4 milhões, emprestados pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) à CDL para a execução do projeto.
Em nota oficial divulgada nesta terça-feira pela assessoria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o ministro Fernando Pimentel negou qualquer irregularidade. “A assinatura do convênio com a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte e o posterior repasse de verbas ocorreu em observância à legislação, em geral, e à Lei no. 8.666/93, em particular”, afirma a nota.
Até então, Fernando Pimentel era tido como um dos preferidos de Dilma para a Fazenda. Ex-secretário de Fazenda de Belo Horizonte, e depois prefeito, Pimentel é especialista em finanças públicas e é também o ministro em quem a presidente mais confia, além de ter sido o primeiro a se engajar na sua campanha eleitoral de corpo e alma. Sua principal vantagem frente aos outros concorrentes, é que seria simples organizar a transição no Desenvolvimento, uma vez que o secretário-executivo Alexandre Teixeira é também próximo a Dilma, e, com Pimentel, a presidente poderia acompanhar mais de perto o que se passa em instituições como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Se virar réu, pode ver suas pretensões naufragarem. O que Dilma menos precisa no atual momento de crise no governo é mais exposição negativa.

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