quarta-feira, 14 de março de 2012

Mudanças de Dilma aumentam tensão no governo



Mudanças de Dilma aumentam tensão no governoFoto: PEDRO FRANÁA/AGÊNCIA ESTADO

AO TROCAR AS LIDERANÇAS DO GOVERNO NO SENADO E NA CÂMARA, PRESIDENTE INCENDIOU PARTE DA CÚPULA PEEMEDEBISTA E AINDA DESAGRADOU SETORES DO PR E DO PT

14 de Março de 2012 às 07:02
247 – Em teoria, a intenção da presidente Dilma Rousseff era acabar com a crise na base aliada. Já na prática, as mudanças anunciadas ontem serviram para causar mais tensão e incertezas. "Ao servir ressentimento a aliados que pedem os privilégios de que se julgam credores, Dilma produz isolamento, não unidade", escreveu Josias de Souza em seu blog. Ao trocar as lideranças do governo no Senado e na Câmara, Dilma incendiou parte da cúpula peemedebista e ainda desagradou setores do PR e do PT.
No Senado, ao trocar Romero Jucá (PMDB-RR) pelo correligionário Eduardo Braga (AM), sem passar pelo crivo do presidente da Casa, José Sarney (AP), e do líder da sigla, Renan Calheiros (AL), apostou na divisão do PMDB, para isolar os rebeldes contra sua gestão.
Na Câmara, escolheu um concorrente do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), na corrida pela presidência da Casa. Arlindo Chinaglia (PT-SP), que substituiu Cândido Vaccarezza (PT-SP), nunca escondeu sua pretensão de voltar ao comando que já exerceu. Ele, que presidiu a Câmara de 2007 a 2009, indicou recentemente a intenção de concorrer ao cargo, mas ontem disse ter desistido.
Segundo o colunista Claudio Humberto, a presidente acertou, trocando os lideres do governo na Câmara e no Senado, mas poucos apostam no êxito dos substitutos. O irritadiço Arlindo Chinaglia (PT-SP) colecionou desavenças quando presidiu a Câmara, e falta ao senador Eduardo Braga (PMDB-AM) “jogo de cintura” e experiência. Tidos como arrogantes, eles não conhecem a paciência e a humildade, atributos essenciais a um Líder do Governo.
Além disso, a escolha de Chinaglia, político desprezado por Lula, pode agravar o desagrado do ex-presidente com algumas decisões de Dilma.

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