sexta-feira, 23 de março de 2012

A "Síndrome de Alfeu".


Às vezes temos a impressão que determinados vilões só existem nas novelas, nos filmes. Mas eles estão próximos, às vezes até demais. Recentemente foram presos dois homens em Brasília que estavam preparando um massacre contra homossexuais. Via internet eles estavam arregimentando pessoas para formarem grupos e juntos assassinarem, além de homossexuais, negros e nordestinos, e o mais impressionante, matar mulheres.

O que temo é o aspecto psicológico destas pessoas, pois elas acreditam que o que pensam e fazem é certo. 

Observem que rapazes na idade que varia entre 16 e 28 anos são presos constantemente ostentando símbolos nazistas e atacando nordestinos e homossexuais. 

Torcedores de futebol se enfrentam em batalhas urbanas para o que der e vier. Sempre alguém morre na tenra idade. 

Mas esses vilões necessariamente não precisam ser jovens, tão pouco criaram esse status mental sozinhos. *Segundo McLuhan, “que introduz as expressões como, o impacto sensorial, o meio é a mensagem e aldeia global como metáforas para a sociedade contemporânea, ao ponto de se tornarem parte da nossa linguagem do dia a dia, essas pessoas são resultado do meio em que vivem. Teórico dos meios de comunicação foi precursor dos estudos midiológicos. Seu foco de interesse não são os efeitos ideológicos dos meios de comunicação sobre as pessoas, mas a interferência deles nas sensações humanas, daí o conceito de "meios de comunicação como extensões do homem" (o título de uma de suas obras), ou "prótese técnica". Em outras palavras, a forma de um meio social esta diretamente relacionada às novas maneiras de percepção instauradas pelas tecnologias da informação. Os próprios meios são a causa e o motivo das estruturas sociais.” Incluo nesse meio a família. Pais preconceituosos tendem a formarem filhos preconceituosos, ou quando não carregam esses valores paternos, desvirtuam a realidade. 

Existe um preconceito que se torna claro a cada dia contra a nova tendência que nosso País vem tomando até por conta dos excelentes resultados alcançados nos últimos 10 anos. 

Quando um País melhora, como é o nosso caso, onde mais de 100 milhões de pessoas passam da pobreza para uma classe “C”, faz com que negros e pobres normalmente nordestinos e excluídos, tomem posse de bens de consumo e freqüentem faculdades, onde outrora havia apenas uma classe. Daí segue a ira desmotivada de causa, aquela raiva inerente do doente mental que anteriormente se contentava com as divisões elitistas e sem argumentos plausíveis e tendo que competir de igual para igual com pessoas que foram mais bem preparadas até por conta da força de vontade e da necessidade que forja caráter, partem para a agressão desmedida, sem motivo, e pior, acreditando que estão certos. Chamo a isso de “Síndrome de Alfeu”. O portador da “Síndrome de Alfeu” acredita que resolverá qualquer problema com a violência, com gritos. Normalmente é um pai conservador e castrador, um marido chauvinista e sexualmente limitado. 

O maior sintoma desta síndrome é o doente achar que está certo, que está fazendo o melhor, é um falastrão, gaba-se de ter batido, matado, torturado. 

Você deve conhecer um vilão assim. Eu conheço vários. São pessoas pequenas, e sempre religiosas ao extremo, andam de dentes travados e raramente riem. 

Lembro-me de meu pai, tinha eu não mais que 12 anos, quando ele me levou para uma cidade do litoral durante a semana dizendo que iríamos e voltaríamos rapidamente. Chegando lá, meu pai parou o carro entrou em um lugar que vou preservar e saiu logo depois com um homem, o qual deveria estar em São Paulo o mais rápido possível, era Mario Covas. O jovem prefeito de Santos tinha sido caçado pela ditadura e precisava fugir, pois sua vida estava correndo perigo. Conto isso porque vi alguém comentar a poucos dias que ele era igual ao Mario Covas, dava pancada e resolvia. Ledo engano. Lembro-me de um homem calado, ferido e abatido, um homem da palavra vigorosa, não me lembro dele como alguém violento, ao contrário. Mas a história para os portadores da “Síndrome de Alfeu” é remodelada e torneada nos meandros da psicose para que se torne verdade, a verdade do vilão, não a verdade do herói. Só para efeito de pontuar o caso do Mario Covas, não devemos confundir o mau humor do ex- prefeito, que chegava ser engraçado, com ser violento. Ideologias à parte tomem cuidado com os vilões psicóticos portadores da “Síndrome de Alfeu”. Estão em todas as classes sociais, principalmente nas que estão em fase de decadência, ou seja, os vilões deste tipo eram de classes superiores e estão decaindo, principalmente por conta falta de competência em se firmarem numa sociedade mais justa e sem escravos para os servirem. E isso não é um fato brasileiro somente, é mundial. Mas no Brasil é novo em termos sociológicos. 

*Fonte Wikipédia.
Por: Airton Baptista.

Nenhum comentário: