segunda-feira, 23 de abril de 2012

Chalita: “São Paulo não é trampolim de políticos”


Chalita: “São Paulo não é trampolim de políticos” Foto: Marlene Bergamo/Folhapress

Escolhido oficialmente candidato do PMDB, Gabriel Chalita ataca José Serra e Gilberto Kassab; “A falta de gestão é o maior problema da cidade”, disse ele ao 247; “Eu tenho programa de governo, não quero usar São Paulo para subir na política"; Delfim Netto é o coordenador

 

 
Marco Damiani _ 247 – Largou bem. Na manhã deste domingo 22, o PMDB de São Paulo indicou, em convenção, o deputado federal Gabriel Chalita candidato oficial do partido à Prefeitura de São Paulo. Ao 247, ele deu o tom da campanha: com um programa de governo coordenado pelo ex-ministro Delfim Netto, feito a partir da presença pessoal do candidato nos bairros, Chalita vai buscar o debate sobre a cidade, mas sem deixar de bater duro, ao que parece, no líder nas pesquisas José Serra, do PSDB.

“São Paulo não pode ser mais um trampolim para políticos, como já aconteceu”, afirmou. “O maior problema da cidade é a falta de gestão”, prosseguiu ele, mirando, depois de Serra, que não completou o mandato de prefeito para eleger-se governador, o sucessor Gilberto Kassab. “A cidade está abandonada. Os bairros não são atendidos e o centro foi destruído”. Para Chalita, “a Prefeitura tem de ser um fim, com o objetivo de governar a cidade, e não um meio para projetos políticos pessoais ou partidários”.

Na convenção, o candidato mostrou consistência política ao atrair nada menos que 12 pequenos partidos para a sua coligação, o que lhe renderá pouco mais de dois minutos no horário eleitoral gratuito. Ele busca, a partir de agora, coligar-se com o PTB, ao qual poderá ceder o candidato a vice. Nesse caso, o cotado é o vereador Celso Jatene. Caso faça aliança com o PRB, o vice passaria a ser Celso Russomano.

Bom sinal para Chalita foi a presença, na convenção que juntou cerca de mil pessoas, de militantes do PSDB em bairros populosos da zona sul, como Perus, Pirituba e Santo Amaro, e da zona leste, como Mooca, Artur Alvim e Tatuapé. O que disse ao 247 o filiado tucano Elias Rodrigues da Silva, do bairro de Perus:

“Praticamente estou fechado com o Chalita, o Serra não nos dá a menor atenção”. Elias, que é uma liderança política da zona sul, tendo trabalhado duro, nas últimas eleições, para candidatos de seu partido, colocou a Serra e Chalita uma questão que considera fundamental. A da ampliação do hospital municipal de Perus. “No ano passado, de doze pessoas que encaminhamos para lá, dez morreram”, conta. “Uma das que sobrevieram perdeu a perna”. Interessado na melhoria do hospital, ele revelou como os dois candidatos reagiram à reivindicação. “Serra, com aquele jeito de nem olhar para a gente, pegou o papel e colocou no bolso. Chalita, hoje, disse que um hospital maior faz parte do seu programa de governo”.

O próprio candidato está, é claro, animado com o agito nas bases do adversário. “Fiquei feliz com a presença de tucanos aqui”, disse Chalita ao 247. “Isso já mostra que minha candidatura pode ser abraçada por pessoas de todos os partidos”.

Ele tem ainda, porém, de firmar-se mais entre as bases do PMDB. Em seu discurso, falou de Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e do “padrinho”, como definiu, Franco Montoro, mas não citou o nome do ex-governador Orestes Quércia, o que despertou comentários críticos entre a plateia. Por outro lado, exibiu ao seu lado o vice-presidente Michel Temer e posicionou na coordenação de seu programa de governo o ex-ministro Delfim.

A composição da nova comissão executiva do PMDB em São Paulo mostra que os quercistas foram eliminados do diretório, dando lugar a dois ex-tucanos nos três primeiros cargos do partido: Chalita elegeu-se presidente e Alex Dário o primeiro vice.

Nenhum comentário: