Foto: Marlene Bergamo/Folhapress
Escolhido oficialmente candidato do PMDB, Gabriel Chalita ataca José Serra e Gilberto Kassab; “A falta de gestão é o maior problema da cidade”, disse ele ao 247; “Eu tenho programa de governo, não quero usar São Paulo para subir na política"; Delfim Netto é o coordenador
“São Paulo não pode ser mais um trampolim para políticos, como já aconteceu”, afirmou. “O maior problema da cidade é a falta de gestão”, prosseguiu ele, mirando, depois de Serra, que não completou o mandato de prefeito para eleger-se governador, o sucessor Gilberto Kassab. “A cidade está abandonada. Os bairros não são atendidos e o centro foi destruído”. Para Chalita, “a Prefeitura tem de ser um fim, com o objetivo de governar a cidade, e não um meio para projetos políticos pessoais ou partidários”.
Na convenção, o candidato mostrou consistência política ao atrair nada menos que 12 pequenos partidos para a sua coligação, o que lhe renderá pouco mais de dois minutos no horário eleitoral gratuito. Ele busca, a partir de agora, coligar-se com o PTB, ao qual poderá ceder o candidato a vice. Nesse caso, o cotado é o vereador Celso Jatene. Caso faça aliança com o PRB, o vice passaria a ser Celso Russomano.
Bom sinal para Chalita foi a presença, na convenção que juntou cerca de mil pessoas, de militantes do PSDB em bairros populosos da zona sul, como Perus, Pirituba e Santo Amaro, e da zona leste, como Mooca, Artur Alvim e Tatuapé. O que disse ao 247 o filiado tucano Elias Rodrigues da Silva, do bairro de Perus:
“Praticamente estou fechado com o Chalita, o Serra não nos dá a menor atenção”. Elias, que é uma liderança política da zona sul, tendo trabalhado duro, nas últimas eleições, para candidatos de seu partido, colocou a Serra e Chalita uma questão que considera fundamental. A da ampliação do hospital municipal de Perus. “No ano passado, de doze pessoas que encaminhamos para lá, dez morreram”, conta. “Uma das que sobrevieram perdeu a perna”. Interessado na melhoria do hospital, ele revelou como os dois candidatos reagiram à reivindicação. “Serra, com aquele jeito de nem olhar para a gente, pegou o papel e colocou no bolso. Chalita, hoje, disse que um hospital maior faz parte do seu programa de governo”.
O próprio candidato está, é claro, animado com o agito nas bases do adversário. “Fiquei feliz com a presença de tucanos aqui”, disse Chalita ao 247. “Isso já mostra que minha candidatura pode ser abraçada por pessoas de todos os partidos”.
Ele tem ainda, porém, de firmar-se mais entre as bases do PMDB. Em seu discurso, falou de Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e do “padrinho”, como definiu, Franco Montoro, mas não citou o nome do ex-governador Orestes Quércia, o que despertou comentários críticos entre a plateia. Por outro lado, exibiu ao seu lado o vice-presidente Michel Temer e posicionou na coordenação de seu programa de governo o ex-ministro Delfim.
A composição da nova comissão executiva do PMDB em São Paulo mostra que os quercistas foram eliminados do diretório, dando lugar a dois ex-tucanos nos três primeiros cargos do partido: Chalita elegeu-se presidente e Alex Dário o primeiro vice.
Nenhum comentário:
Postar um comentário