Foto: Sérgio Lima/Folhapress_Alan Marques/Folhapress
Ex-presidente teria dito a frase a um experiente senador e reiterado que o papel do PMDB será o de limpar a sujeira; CPI de Carlos Cachoeira, que começa nesta quarta-feira, pode ser a mais letal e sangrenta de todos os tempos
Noblat traz ainda a declaração do senador rondoniense Valdir Raupp, que preside o PMDB: “Essa pode ser a CPI mais sangrenta da história”. Prevista para começar nesta quarta-feira, ela aguarda apenas a definição do relator, que deve ser o deputado Paulo Teixeira (PT/SP). O presidente será o senador Vital do Rego (PMDB/PB). Como atores coadjuvantes, já estão confirmados nomes de peso como os do ex-presidente Fernando Collor (PTB/AL) e dos deputados-delegados Fernando Francischini (PSDB/PR) e Protógenes Queiroz (PC do B/SP).
Noblat argumenta que, em geral, CPIs são instrumentos da minoria. E que governos, em tempos normais, fazem de tudo para impedi-las ou abafá-las. Nesta, no entanto, a presidente Dilma Rousseff teria ficado sem ação diante da pressão do ex-presidente Lula e do ex-ministro José Dirceu. Ambos teriam interesse, segundo o jornalista, em ofuscar o julgamento do mensalão, que pode ser julgado ainda no primeiro semestre. Ou, no mínimo, em provar a veracidade do bordão criado pelo humorista Chico Anísio: “Sou, mas quem não é?”. A tese é que todos os partidos se beneficiam de esquemas de financiamento ilegal de campanhas eleitorais e que, portanto, é hora de promover uma reforma política – o que não deixa de ser verdade (leia o artigo “PC, mensalão, Cachoeira...” a respeito).
Em seu artigo semanal, Noblat lembra que a primeira vítima, a Delta, de Fernando Cavendish, já caiu, mas que muitas outras poderão tombar nas próximas semanas e meses. “O que fascina numa CPI é que nem o presidente da República, por mais forte que seja, pode dormir em paz enquanto ela durar. Um boy, uma secretária ou um motorista são capazes de tirar o sono do presidente e deixar o país com a respiração suspenta”, argumenta Noblat.
Será?
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