Foto: BETO BARATA/AGÊNCIA ESTADO
DEPUTADO ALDO REBELO (PC DO B-SP) JÁ VAI SENDO CONFIRMADO POR ASSESSORES DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF COMO SUBSTITUTO DE ORLANDO SILVA; CARTA DE DEMISSÃO SERÁ ENTREGUE ÀS 17H30
Evam Sena_247, em Brasília – Enquanto o ainda ministro dos Esportes, Orlando Silva, prepara carta de demissão, que deverá ser entregue na tarde de hoje a presidente Dilma Rousseff, o PCdoB trabalha para que o deputado Aldo Rebelo (SP) assuma a pasta que o partido comanda desde 2003. Assessores no Palácio do Planalto já confirmam Aldo como o escolhido para sucessão.
O anúncio do novo ministro, porém, não deve ser feito em breve, e o secretário-executivo do Esporte, Waldemar Manoel Silva de Souza, deve assumir a pasta temporariamente. Oficialmente, o Planalto afirma que a decisão não deve ser feita na pressa.
Orlando Silva se reuniu hoje pela manhã no Palácio do Planalto com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e com os líderes do partido na Câmara, Osmar Júnios (PI), e no Senado, Inácio Arruda (CE). A direção da legenda já confirma a saída de Silva.
Logo depois, Renato Rabelo se reuniu com a cúpula do PCdoB, em reunião na Câmara, que acabou em poucos instantes. Aldo Rebelo esteve presente, mas evitou falar com a imprensa. Ao sair, Rabelo falou que vai se encontrar com Dilma no final da tarde e não quis adiantar o futuro do ministério, que deve mesmo continuar com o PCdoB. Ele voltou a defender Orlando Silva. “O ministro tem mantido a sua tranqüilidade, porque é a tranqüilidade dos justos. O ministro foi atacado indevidamente”, disse.
Às 15h, Dilma participa da posse da deputada Ana Arraes (PSB-PE) como ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). O martelo sobre a sucessão no Esporte será discutida com a presidente somente depois da cerimônia.
O delator de Orlando Silva, o policial militar do DF João Dias Ferreira, não compareceu à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, onde ele daria depoimento na tarde de hoje. Em carta manuscrita entregue à comissão, ele disse “os últimos acontecimentos esvaziaram o propósito do meu comparecimento”.
O policial é presidente de duas ONGs que tiveram contrato com o ministério, teve suas prestações de contas rejeitadas, e denunciou um esquema de cobrança de propina na pasta para abastecer o caixa do PCdoB. Deputados da base aliada criticaram a ausência do delator.
Para sucessão de Orlando, o Planalto quer alguém firme para coordenação da Copa de 2014 junto à CBF (Confederação Brasileira de Futebo) e à Fifa. O novo ministro também deverá ser capaz de peitar o partido para demitir correligionários ligados às fraudes denunciadas.
Mesmo antes da saída de Orlando Silva, partidos de oposição já repercutem a futura demissão. Para o presidente do PPS, Rubens Bueno, a demissão do ministro não é suficiente. “Queremos o aprofundamento das investigações e o desmonte completo do aparelho de corrupção montado no ministério do Esporte”, disse.
Em nota, o DEM lamenta a queda do sexto em quase 11 meses de governo Dilma e nega que os afastamentos tenham sido iniciativa da presidente. “O problema em boa parte dos ministérios onde houve troca de comando é que os supostos esquemas de desvios não se limitavam à atuação do ministro”, afirma, pedindo investigações.
Abaixo, notícia da Agência Estado:
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, se reunirão com a presidente Dilma Rousseff às 17h30, no Palácio do Planalto. Nesse encontro, Rabelo informará a presidente que Orlando não tem mais condições de permanecer no cargo e que cabe a ela definir o nome do sucessor. Embora alguns parlamentares do PCdoB defendam o deputado Aldo Rebelo para o cargo, a direção do partido não pretende levar um nome ainda. O presidente do PCdoB vai dizer à presidente que Orlando não tem mais condições de ficar.
Após reunião para definir um posicionamento do partido, Rabelo afirmou que o PCdo B está tranquilo e que Orlando Silva foi atacado injustamente. "É um ministro jovem, com grande êxito no Ministério, foi atacado de forma injusta em uma tentativa de expô-lo", afirmou. "Vamos tratar a questão politicamente. Já enfrentamos desafios, embates muito mais complicados do que esse", disse.
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