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EDITOR DO JORNAL DA GLOBO, WILLIAM WAACK (ESQ.), E DIRETOR DE REDAÇÃO DE ÉPOCA, HÉLIO GUROVITZ (DIR.), FORAM INFORMANTES DO GOVERNO AMERICANO DURANTE O PROCESSO ELEITORAL DE 2010, SEGUNDO O WIKILEAKS, DE JULIAN ASSANGE (CENTRO); PARA WILLIAM WAACK, DILMA ROUSSEFF ERA A CANDIDATA “MENOS COERENTE”
247 – No dia 13 de fevereiro de 2010, um despacho classificado como confidencial foi enviado da Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, para o Departamento de Estado, em Washington. O memorando relata conversas de diplomatas americanos com dois dos mais experientes e bem colocados jornalistas brasileiros: William Waack, editor do Jornal da Globo, e Hélio Gurovitz, diretor de redação da revista Época. O que se constata, da leitura dos documentos, cuja autenticidade foi confirmada pelo Wikileaks, do polêmico Julian Assange, é que tanto Waack como Gurovitz foram informantes do governo americano durante o processo eleitoral de 2010.
William Waack, que já foi correspondente de guerra e é um jornalista premiado por suas coberturas internacionais, fez um relato sobre todos os potenciais candidatos que despontavam no início de 2010, quando estava claro que Lula não poderia concorrer a um terceiro mandato. Segundo ele, Ciro Gomes seria o candidato mais forte. Aécio Neves, o mais carismático. Serra, sem graça, mas competente. E sobre Dilma Rousseff? “A menos coerente”, disse Waack a seus interlocutores norte-americanos.
Hélio Gurovitz, que passou pela Folha de S. Paulo e pela Exame, antes de chegar à Época, levado por Paulo Nogueira, também foi ouvido pelos americanos. Disse ele que o Brasil tinha uma sociedade parecida com a chilena e que o País estava pronto para alternar os partidos no poder. Ou seja: depois de oito anos de Lula e PT, seria possível voltar aos braços do PSDB. E o Chile havia acabado de eleger o conservador Sebastian Piñera, encerrando o ciclo de esquerda, dos partidos da chamada Concertación.
Tanto a TV Globo como a Época mal disfarçaram sua opção política em 2010. Numa entrevista do Jornal Nacional, William Bonner e Fátima Bernardes chegaram a ser agressivos com Dilma e tiveram uma postura distinta com José Serra. Outro episódio polêmico foi o da agressão sofrida pelo candidato tucano, com uma suposta “bolinha de papel”. A Época por sua vez fez uma capa destacando o lado guerrilheiro da candidata. Não se sabe até que ponto tais posições foram fruto da opinião dos jornalistas -- colaboradores, segundo o Wikileaks -- da embaixada americana, ou da família Marinho.
Um comentário:
Porque os Tucanos não fazem alternância de poder no governo de São Paulo? São 25 anos de tucanos... Esses jornalistas só defendem alternância de poder no governo federal... São uns canalhas mesmos...
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