domingo, 25 de dezembro de 2011

Conquistar Marta: a dura missão de Haddad



Conquistar Marta: a dura missão de HaddadFoto: Felipe L. Gonçalves/Edição/247

COM 3% NAS PESQUISAS, O CANDIDATO DO PT TERÁ QUE SEDUZIR A SENADORA, QUE TINHA 30% DAS INTENÇÕES DE VOTO E FOI PRETERIDA; ESCOLHA DE ALOIZIO MERCADANTE PARA O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO TORNOU TUDO MUITO MAIS DIFÍCIL

25 de Dezembro de 2011 às 10:52
247 – Se já era duro, ficou pior. Fernando Haddad, pouco conhecido do eleitorado em São Paulo, terá que trabalhar muito para se tornar um candidato competitivo em São Paulo. Graças à indicação do presidente Lula, ele foi escolhido pelo PT, mas ainda apresenta apenas 3% das intenções de voto. A senadora Marta Suplicy, que tinha 30% da preferência, foi preterida de forma esmagadora. O que se esperava no PT é que Marta, apesar do trator ao qual foi submetida, aderisse à onda Haddad. Nada disso aconteceu. Ao contrário. Na última quinta-feira 22, quando Haddad e Marta compareceram ao mesmo ato público, um evento comemorativo do Natal dos catadores de lixo de São Paulo, ela foi aplaudida e ele vaiado. Oficialmente, a vaia foi atribuída no PT a grupos rivais do PSDB. Internamente, comenta-se que tenha sido um movimento espontâneo de alas da militância que gostariam de ver Marta candidata em São Paulo.
Marta poderia até vir a aderir à candidatura Haddad, mas os sinais que partiram de Brasília foram muito negativos. A presidente Dilma Rousseff, que poderia convidá-la para ocupar o Ministério da Educação, no lugar do próprio Haddad, deu preferência ao maior rival de Marta no PT paulista. Ninguém menos do que Aloizio Mercadante. Um sinal de que, em 2014, Mercadante estará em melhores condições do que Marta para pleitear a candidatura do PT ao governo de São Paulo. Marta e Mercadante, por sinal, estiveram juntos no evento da quinta-feira 22, em São Paulo, e fizeram questão de nem se cumprimentar, explicitando o racha.
Essa divisão enfraquece a candidatura do PT e fortalece os adversários. A única vantagem é que, do lado do PSDB, também não há unidade. Pelo menos cinco nomes – Ricardo Tripoli, Andrea Matarazzo, Bruno Covas e José Aníbal e até José Serra – são lembrados para a disputa. O PSD, por sua vez, tem Guilherme Afif e Henrique Meirelles, que acompanham tudo à distância. A única campanha que navega em águas tranquilas, até agora, é a de Gabriel Chalita, do PMDB.

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