Farenheit 451: O Livro do Amaury Ribeiro no “Index Librorum Prohibitorum Tucanorum” (ou: o método piguiano de encobrir pistas)
por Morvan Bliasby
Com o recente lançamento do livro do Amaury Ribeiro, “A Privataria Tucana”, tido, por muitos (inclusive aquele que vos escreve) como “lenda urbana”, mito, chantagem, pura e simplesmente, houve um corre-corre para a sua aquisição, por parte dos internautas, já que a sua repercussão via mídia tradicional foi quase inexistente (proposital, pois a obra mexe com o poder e incomoda a muitos, em todos os partidos políticos, em maior ou menor grau).
A mídia tradicional fez a sua opção pelo silêncio, um “Index Librorum Prohibitorum Tucanorum” à sua maneira. Alguns alegam que tentou-se comprar a maior quantidade da pequena tiragem e deixá-los indisponíveis para outros leitores. Não parece ter sido esta a estratégia do PIG). O PIG parece ter optado pelo método Ricúpero (“O que é bom para nós, a gente divulga…”).
Ao ver a repercussão deste livro (na blogosfera, bien sûr), não pude deixar de traçar um paralelo entre o lançamento deste livro-bomba e o filme (belíssimo!) “Farenheit 451”, de François Truffault, baseado na obra de Ray Bradbury.
O filme é uma distopia sobre o futuro e mostra uma sociedade totalitária onde os livros são proibidos, pois só servem para distração e provocam perda de produtividade. Farenheit 451: esta é a temperatura (232,78°C) na qual os livros são carbonizados, impedindo que o papel possa ser, de alguma forma manipulado, tornando-os totalmente inacessíveis.
Os bombeiros são pagos não mais para evitar incêndios, e sim para queimar livros. Eles têm as rotas e os tipos de livros a queimar pelos dias da semana.
Guy Montag (interpretado por Oskar Werner) é um destes bombeiros modernos (Hic!). Ele é um dos mais dedicados ao seu trabalho e um dos mais fiéis. Sua visão de mundo começa a mudar quando conhece Clarisse (a atriz Julie Christie interpreta Clarisse e Linda Montag, esposa do próprio, que o denuncia às autoridades) e esta lhe mostra um mundo totalmente diferente daquele por ele vivido. Ao passar de queimador de livros, ou, na trama, bombeiro, Montag é perseguido.
Ele conhece, através de Clarisse, um grupo de pessoas-livro, pessoas que decoraram obras completas, e assim, evitaram que estas se perdessem para sempre. Montag conhece o pessoa-livro capaz de contar com fidedignidade “O Morro dos Ventos uivantes”, conhece “A República”, “Guerra e Paz”, “Alice no País das Maravilhas”, e por aí vai…
O líder dos pessoa-livro afirma para Montag: “Guardamos os livros aqui dentro, onde ninguém consegue encontrá-los”, apontando para a cabeça. “Por fora, somos vagabundos. Por dentro, bibliotecas”.
Uma cena em que Montag é questionado por Clarisse sobre ser estranho bombeiros incendiando coisas, Montag afirma: “Sempre foi assim”.
Pois bem. Vós já conheceis o filme. Agora eu crio uma paródia sobre o mesmo. O personagem se chama “Serrag”. Ele incendeia livros não porque seja ou seu trabalho, e sim para encobrir pistas que o prejudiquem. Ele é um bombeiro moderno mas também o é bastante seletivo: ele jamais incendiaria “Os Petralhas”, por exemplo. Agora, este do Amaury, este vai para o Index Tucanorum PIGorum.
Abaixo temos uma imagem do filme original, e, após a própria, a minha versão do filme com o personagem Serrag.
Façamos, pois, como os homens-livro: compremos o livro do Amaury, mais de um, se possível, distribuamos o restante e assim evitaremos que a informação do livro se perca. Este livro é um divisor de águas: depois da sua publicação, nada será como antes. Os Poderes Constituídos só não agirão se não o quiserem. O livro é fartamente documentado e ajudará a construir o país que queremos. Copie a capa e a reproduza onde puder. Vamos fazer a maior propaganda viral da história. Se depender de nós, é o começo de uma nova era. Uma era que pode ter final feliz: pode começar colocando na cadeia muito “jênio” “brilhante”.
À Luta, homens-livro.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fahrenheit_451_%28filme%29 (Farenheit 451 na WikiPedia em português)
http://www.blogdacompanhia.com.br/2011/06/eu-sou-moby-dick/ (crítica ao filme Farenheit 451 na Cia. das letras)
http://www.imdb.com/title/tt0060390/ (IMDB.com, Farenheit 451)
http://www.blogdacompanhia.com.br/2011/06/eu-sou-moby-dick/ (crítica ao filme Farenheit 451 na Cia. das letras)
http://www.imdb.com/title/tt0060390/ (IMDB.com, Farenheit 451)
Morvan Bliasby é pedagogo, especializado em orientação educacional e em recursos humanos e psicologia organizacional e ganha a vida como servidor público. Recebeu, em 2008, do Governo do Estado do Ceará, a Comenda “Mérito Funcional”, por ministrar aulas, gratuitamente, sobre Software Livre para todos os colaboradores do Estado.
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