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Ao lado de Rubens Glasberg, editor da respeitada Teletime (e alvo de 6 ações judiciais de Daniel Dantas), este ansioso blogueiro fez parte da banca de conclusão do curso de graduação de Murilo Henrique da Silva, no curso de Jornalismo da PUC de São Paulo.
O Trabalho de Conclusão do Curso, o TCC resultou num livro de 268 páginas com o título “D.D. – Entre o público e o privado”.
Este ansioso blogueiro deu nota 10.
Trata-se de um levantamento completo de todas as atividades do banqueiro condenado e aqui exaustivamente descritas ao longo dos anos e “43 ações judiciais”.
É mais do que um TCC: é um prontuário.
Murilo trabalhou seis horas por dia – ele é do “rádio escuta” da TV Record – durante nove meses.
Foi com as primeiras notícias da Operação Chacal que Murilo começou a se interessar pelo banqueiro condenado – clique aqui para ver o vídeo inolvidável do jornal nacional, que o flagra no ato de subornar um agente da Polícia Federal e que Gilmar Dantas (*) devidamente ignorou.
(A notável desembargadora Cecília Melo, como se sabe, transformou a Operação Chacal num monte de papel velho, sepultado na Primeira Instância da Justiça de São Paulo. Viva o Brasil !
Ela aparece com fulgor na narrativa de Murilo.)
Murilo considera que Dantas é a síntese, a alegoria do Brasil pós-regime militar.
A sobrevivência do arcaico no Judiciário, no Legislativo, no Executivo e na Mídia – aqui chamada de PiG (**).
Não bastou concluir o ciclo militar.
Nem a eleição de Lula, diz Mauricio, que pareceu um sopro de esperança.
Dantas demonstrou que o Poder não deriva da vontade popular.
Dantas é, para Murilo, “um crime contra a esperança”.
Mauricio tem a sensação de que Dantas é um canalha, apesar da proteção que recebe da imprensa.
Na rua, as pessoas, segundo ele, não tem a menor duvida.
Ele é a encarnação da corrupção.
Dantas, porém, é a alegoria.
Ele contém esse Brasil que Murilo tenta descrever.
Murilo diz que seria possível descrever o Brasil contemporâneo através da carreira de José Serra, Gilmar Dantas (*), Naji Nahas, Roberto Amaral, o lobbista de Dantas que trata Cerra de “Niger”.
São todos eles personagens de Brasil arcaico e renitente e, ao mesmo, arquitetos dele.
Murilo descreve exaustivamente a privatização do Farol de Alexandria – “se isso der m… “ – , a tentativa de abafar a Satiagraha e os HCs Canguru de Gilmar Dantas (*).
Gilmar Dantas, especialmente, sai do TCC tão arranhado quanto Dantas e Fernando Henrique.
Recomenda-se que não pise na PUC de São Paulo.
Outros heróis destacados do livro são Luiz Carlos Mendonça de Barros e André Lara Rezende, operadores da privatização do Farol.
Murilo faz perfis com a ponta da faca desses heróis do PiG (**).
Murilo acatou recomendação deste ansioso blogueiro: que aprofundasse a dívida que tem com os “Donos do Poder” do Raymundo Faoro.
Essa misturança entre o público e o privado, entre Dantas e Gilmar, Dantas e Fernando Henrique, Dantas e Collor, Dantas e ACM – está toda lá, na obra do mestre Faoro.
Murilo pretende ampliar o livro e, provavelmente, escrever “As Memórias do Cárcere” de Daniel Dantas.
Rubens Glasberg também deu nota 10 !
Pela coragem intelectual de enfrentar um tema e um personagem que afugentam os “jornalistas adequados”, como diz Rubens.
Rubens sugeriu alguns caminhos a Murilo.
Que lesse, além do Faoro, o Caio Prado Junior.
Dantas e Gilmar lá estão, de corpo inteiro: nesse Capitalismo de Estado, sem dinheiro, tardio, pendurado nas tetas do Governo.
Rubens concorda com o ansioso blogueiro: o maior mérito de Murilo é entender a dinâmica do sistema.
Dantas e Gilmar são o sistema em funcionamento.
Como seriam Cerra e Fernando Henrique.
Gilmar e Serra.
Naji Nahas e Dantas.
Rubens sugeriu que, ao ampliar o livro, Murilo pesquisasse duas áreas fertilíssimas.
As relações de Dantas com o PiG.
Como ele compra, planta, dissemina informação.
Outra área a perseguir, segundo Rubens, deveria ser a relação de Dantas e seus 3003 advogados com o Judiciário.
Rubens sugeriu que Murilo consultasse a na CVM a denuncia contra as atividades de Dantas na BrT.
Ali está um documento que mostra que Dantas gastou R$ 50 milhões com advogados e não se sabe em que !
O que fizeram os advogados ?
Rubens suspeita que muitos advogados não são ou eram advogados de Dantas, mas cúmplices de Dantas.
Na relação com a imprensa e o Judiciário, Dantas, segundo Rubens, leva ao extremo a convivência entre o legal e a criminalidade.
Rubens sugeriu uma linha de pesquisa especialmente promissora.
Teve um advogado, contou Rubens ao perplexo estudante, que trabalhava no BNDES.
No BNDES, ele arquitetou a privatização do Farol.
Aí, foi trabalhar com o banqueiro condenado.
Como contratado do banqueiro condenado, montou a engenharia societária que permitiu Dantas tornar-se o Grande Herói da Privatização Tucana.
Nessa engenharia, ele disfarçou a presença maciça do Citibank.
E conferiu a Dantas, numa operação com debêntures conversíveis – que Murilo captou muito bem – o privilégio de entrar na BrT e na Telmar.
O que era ilegal, segundo a arquitetura que esse mesmo advogado desenhou antes, lá no BNDES, e, depois, na Lei da Privatização do Sergio Mota.
Uma beleza !
Mas, não parou, aí, continuou Rubens na sua narrativa deprimente.
Aí, por desinteressada sugestão de Dantas, Fernando Henrique nomearia este notável advogado para presidir a CVM, a instituição que deveria vigiar o Dantas !
Sensacional !
O público no colo do privado.
Ou será o contrário !
Murilo, você entendeu como a coisa funciona !, disse Rubens entusiasmado, ainda que no seu jeito contido.
Vá em frente !
Entre na selva do capitalismo moderno entranhado na criminalidade !
Siga os jornalistas “inadequados”, Rubens recomendou.
Em tempo: Murilo tem 22 anos. A mãe é costureira e o pai, operário metalúrgico, sem militância política ou sindical.
Em tempo2: este ansioso blogueiro faz singela sugestão ao dr Greenhalgh, o “Gomes” da Satiagraha, que se tornou editor de livros. Por que não financiar uma bolsa de estudos para o Murilo escrever as “Memórias do Cárcere do Dantas ” ?
Paulo Henrique Amorim
O Trabalho de Conclusão do Curso, o TCC resultou num livro de 268 páginas com o título “D.D. – Entre o público e o privado”.
Este ansioso blogueiro deu nota 10.
Trata-se de um levantamento completo de todas as atividades do banqueiro condenado e aqui exaustivamente descritas ao longo dos anos e “43 ações judiciais”.
É mais do que um TCC: é um prontuário.
Murilo trabalhou seis horas por dia – ele é do “rádio escuta” da TV Record – durante nove meses.
Foi com as primeiras notícias da Operação Chacal que Murilo começou a se interessar pelo banqueiro condenado – clique aqui para ver o vídeo inolvidável do jornal nacional, que o flagra no ato de subornar um agente da Polícia Federal e que Gilmar Dantas (*) devidamente ignorou.
(A notável desembargadora Cecília Melo, como se sabe, transformou a Operação Chacal num monte de papel velho, sepultado na Primeira Instância da Justiça de São Paulo. Viva o Brasil !
Ela aparece com fulgor na narrativa de Murilo.)
Murilo considera que Dantas é a síntese, a alegoria do Brasil pós-regime militar.
A sobrevivência do arcaico no Judiciário, no Legislativo, no Executivo e na Mídia – aqui chamada de PiG (**).
Não bastou concluir o ciclo militar.
Nem a eleição de Lula, diz Mauricio, que pareceu um sopro de esperança.
Dantas demonstrou que o Poder não deriva da vontade popular.
Dantas é, para Murilo, “um crime contra a esperança”.
Mauricio tem a sensação de que Dantas é um canalha, apesar da proteção que recebe da imprensa.
Na rua, as pessoas, segundo ele, não tem a menor duvida.
Ele é a encarnação da corrupção.
Dantas, porém, é a alegoria.
Ele contém esse Brasil que Murilo tenta descrever.
Murilo diz que seria possível descrever o Brasil contemporâneo através da carreira de José Serra, Gilmar Dantas (*), Naji Nahas, Roberto Amaral, o lobbista de Dantas que trata Cerra de “Niger”.
São todos eles personagens de Brasil arcaico e renitente e, ao mesmo, arquitetos dele.
Murilo descreve exaustivamente a privatização do Farol de Alexandria – “se isso der m… “ – , a tentativa de abafar a Satiagraha e os HCs Canguru de Gilmar Dantas (*).
Gilmar Dantas, especialmente, sai do TCC tão arranhado quanto Dantas e Fernando Henrique.
Recomenda-se que não pise na PUC de São Paulo.
Outros heróis destacados do livro são Luiz Carlos Mendonça de Barros e André Lara Rezende, operadores da privatização do Farol.
Murilo faz perfis com a ponta da faca desses heróis do PiG (**).
Murilo acatou recomendação deste ansioso blogueiro: que aprofundasse a dívida que tem com os “Donos do Poder” do Raymundo Faoro.
Essa misturança entre o público e o privado, entre Dantas e Gilmar, Dantas e Fernando Henrique, Dantas e Collor, Dantas e ACM – está toda lá, na obra do mestre Faoro.
Murilo pretende ampliar o livro e, provavelmente, escrever “As Memórias do Cárcere” de Daniel Dantas.
Rubens Glasberg também deu nota 10 !
Pela coragem intelectual de enfrentar um tema e um personagem que afugentam os “jornalistas adequados”, como diz Rubens.
Rubens sugeriu alguns caminhos a Murilo.
Que lesse, além do Faoro, o Caio Prado Junior.
Dantas e Gilmar lá estão, de corpo inteiro: nesse Capitalismo de Estado, sem dinheiro, tardio, pendurado nas tetas do Governo.
Rubens concorda com o ansioso blogueiro: o maior mérito de Murilo é entender a dinâmica do sistema.
Dantas e Gilmar são o sistema em funcionamento.
Como seriam Cerra e Fernando Henrique.
Gilmar e Serra.
Naji Nahas e Dantas.
Rubens sugeriu que, ao ampliar o livro, Murilo pesquisasse duas áreas fertilíssimas.
As relações de Dantas com o PiG.
Como ele compra, planta, dissemina informação.
Outra área a perseguir, segundo Rubens, deveria ser a relação de Dantas e seus 3003 advogados com o Judiciário.
Rubens sugeriu que Murilo consultasse a na CVM a denuncia contra as atividades de Dantas na BrT.
Ali está um documento que mostra que Dantas gastou R$ 50 milhões com advogados e não se sabe em que !
O que fizeram os advogados ?
Rubens suspeita que muitos advogados não são ou eram advogados de Dantas, mas cúmplices de Dantas.
Na relação com a imprensa e o Judiciário, Dantas, segundo Rubens, leva ao extremo a convivência entre o legal e a criminalidade.
Rubens sugeriu uma linha de pesquisa especialmente promissora.
Teve um advogado, contou Rubens ao perplexo estudante, que trabalhava no BNDES.
No BNDES, ele arquitetou a privatização do Farol.
Aí, foi trabalhar com o banqueiro condenado.
Como contratado do banqueiro condenado, montou a engenharia societária que permitiu Dantas tornar-se o Grande Herói da Privatização Tucana.
Nessa engenharia, ele disfarçou a presença maciça do Citibank.
E conferiu a Dantas, numa operação com debêntures conversíveis – que Murilo captou muito bem – o privilégio de entrar na BrT e na Telmar.
O que era ilegal, segundo a arquitetura que esse mesmo advogado desenhou antes, lá no BNDES, e, depois, na Lei da Privatização do Sergio Mota.
Uma beleza !
Mas, não parou, aí, continuou Rubens na sua narrativa deprimente.
Aí, por desinteressada sugestão de Dantas, Fernando Henrique nomearia este notável advogado para presidir a CVM, a instituição que deveria vigiar o Dantas !
Sensacional !
O público no colo do privado.
Ou será o contrário !
Murilo, você entendeu como a coisa funciona !, disse Rubens entusiasmado, ainda que no seu jeito contido.
Vá em frente !
Entre na selva do capitalismo moderno entranhado na criminalidade !
Siga os jornalistas “inadequados”, Rubens recomendou.
Em tempo: Murilo tem 22 anos. A mãe é costureira e o pai, operário metalúrgico, sem militância política ou sindical.
Em tempo2: este ansioso blogueiro faz singela sugestão ao dr Greenhalgh, o “Gomes” da Satiagraha, que se tornou editor de livros. Por que não financiar uma bolsa de estudos para o Murilo escrever as “Memórias do Cárcere do Dantas ” ?
Paulo Henrique Amorim
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