terça-feira, 20 de março de 2012

Mentor: “O papelzinho era só uma assinatura”



Mentor: “O papelzinho era só uma assinatura”Foto: Divulgação

DECLARAÇÃO DESASTROSA DE JOSÉ SERRA JÁ SE TRANSFORMOU EM ARMA A SER USADA PELOS ADVERSÁRIOS NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES; QUEM AVISA É O DEPUTADO FEDERAL JOSÉ MENTOR (PT-SP), QUE CRITICOU, AO 247, A FORMA COMO O PRÉ-CANDIDATO DO PSDB À PREFEITURA DE SÃO PAULO TRATOU A PRÓPRIA PALAVRA

20 de Março de 2012 às 15:12
247 – Político experiente, o ex-governador José Serra cometeu, nesta segunda-feira, um deslize que deve abastecer seus opositores durante as eleições municipais deste ano, caso ele confirme sua candidatura à Prefeitura de São Paulo neste fim de semana. Ao ser questionado sobre a quebra de sua promessa de cumprir o mandato de prefeito, para que foi eleito em 2004, Serra minimizou a importância de sua própria palavra, resumindo-a a “umpapelzinho”. “Não era nada oficial”, disse em entrevista à rádio Capital.
“O papelzinho era só uma assinatura”, retruca o deputado federal José Mentor (PT-SP), que participa da pré-campanha de Fernando Haddad, opção do PT para disputar a eleição municipal em São Paulo. “Essa declaração foi um desastre. Ele reconheceu que a palavra dele não tem valor e que a assinatura dele não vale absolutamente nada. Um político experiente como ele poderia ter se saído de outra maneira, dizendo que as circunstâncias mudaram, que foi pressionado a deixar a Prefeitura”, disse o deputado federal ao 247. “Não pode responder com esse descaso”, completou.
Serra de fato usou os argumentos sugeridos por Mentor. Disse que “o pessoal achou que o Estado ficava em má situação com os candidatos que se apresentavam na época”, acrescentando que foi muito pressionado a deixar a Prefeitura para concorrer ao governo do Estado em 2006 e que a população aprovou a decisão, o elegendo. Mas, ao desqualificar a própria palavra, Serra armou a armadilha e vai ser difícil escapar dela agora.
“Eu não assinei nada em cartório. Isso é folclore”, disse o ex-governador durantre a entrevista à rádio Capital. “Houve um debate, uma entrevista. O pessoal perguntou: ‘Se o senhor for eleito prefeito vai sair para se candidatar à Presidência?’ Eu disse que não. ‘Então assina aqui.’ Eu assinei um papelzinho. Não era nada... Eu estava dizendo a absoluta verdade”, complementou.
Quer dizer, então, podem questionar os opositores, que a assinatura de Serra só vale se for chancelada em cartório? E os cheques que o pré-candidato assina, não valem nada? O episódio da quebra de promessa já era um dos principais desafios de Serra nestas eleições e o pré-candidato mostrou que, seis anos depois, ainda não parece preparado para lidar com o assunto.

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