terça-feira, 20 de março de 2012

Planalto suspende encontro com base aliada para evitar contágio



Planalto suspende encontro com base aliada para evitar contágioFoto: Pedro França/Folhapress

EM CLIMA DE TENSÃO COM O PMDB, CONVERSAS QUE SERIAM AGENDADAS PARA AS PRÓXIMAS SEMANAS ENTRE A PRESIDENTE E AS BANCADAS GOVERNISTAS NO CONGRESSO SERÃO ADIADAS

20 de Março de 2012 às 06:13
247 – Há quinze meses, a presidente Dilma assumiu a presidência da República com uma enorme base de apoio dentro do Congresso, com 17 partidos aliados. Mas na semana passada, esse amplo arco se desmantelou. Hoje, praticamente todos os partidos da base têm queixas contra o governo ou contra a condução linha dura do relacionamento com o Congresso por parte da presidente. O PR rompeu com o governo e a relação com o PMDB está por um fio. Para evitar mais rupturas, o Planalto decidiu postergar encontros da base governista com Dilma nas próximas semanas.
Leia na matéria de Gerson Camarotti e Maria Lima, do Globo:
Diante do impasse com o PMDB, que começa a contaminar outros partidos aliados, o Palácio do Planalto decidiu suspender as conversas que seriam agendadas para as próximas semanas entre a presidente Dilma Rousseff e as bancadas governistas no Congresso.
A cúpula do PMDB está em pé de guerra e tem se reunido com o vice-presidente Michel Temer, em busca de como administrar a decisão, anunciada pelo novo líder do governo no Senado ao GLOBO, Eduardo Braga (PMDB-AM, foto acima). Ele disse que Dilma “vai enfrentar as velhas práticas políticas”.
O que mais irritou os caciques do PMDB foram as declarações de Braga de que vai estender a interlocução do governo a desafetos do grupo de Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney(PMDB-AP), como o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Na segunda-feira, Jarbas disse ter dúvidas se Dilma conseguirá dar passos concretos nesse enfrentamento:
— Não sei se Dilma quer isso. Ela tem o pé muito atrás. Se quer conversar com os independentes, precisa promover atos concretos. Até agora, ela tem tratado o Congresso com desdém. O fato de ter trocado (Romero) Jucá por Eduardo Braga, uma pessoa de nível acima da média do Senado, não deixa de ser positivo. Mas se sair de Jucá e continuar no mesmo círculo de Renan e Sarney, é trocar seis por meia dúzia — disse.

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