Foto: RAHEB HOMAVANDI/Reuters
FORÇAS OCIDENTAIS AGUARDAM COMPROVAÇÃO DA AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA SOBRE O USO DO PROGRAMA NUCLEAR IRANIANO PARA ATIVIDADES MILITARES PARA ORDENAR UMA INTERVENÇÃO ARMADA, INFORMA ROBERTA NAMOUR, DE PARIS
Roberta Namour – correspondente do 247 em Paris – O clima entre o Irã e o Ocidente está cada dia mais tenso. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, desafiou hoje os Estados Unidos e Israel em uma entrevista publicada pelo jornal egípcio Al-Akhbar. « Nós temos capacidades militares diferentes de qualquer outro país. O Irã é capaz de enfrentar Israel e principalmente os Estados Unidos », afirmou o chefe de Estado.
Nesta terça-feira, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve publicar um informe sobre o controverso programa nuclear iraniano. Se as suspeitas de atividade para uso militar forem confirmadas, forças ocidentais comandadas pelos Estados Unidos podem ordenar uma intervenção armada contra o Irã. O país afirma que seu programa é pacífico e que está enriquecendo urânio para geração de eletricidade.
O informe será submetido ao conselho de 35 governadores da AIEA em uma reunião que será realizada nos dias 17 e 18 de novembro na sede do organismo, em Viena.
De acordo com o jornal The Guardian, o exército britânico já estaria preparado para a ofensiva dirigida pelos Estados Unidos. Estudos estariam em curso para encontrar as melhores posições para instalar navios e porta-mísses submarinos. Israel também se diz pronto para o confronto. O Estado hebraico anunciou o teste de um míssil capaz de chegar ao Irã.
A Rússia demonstrou preocupação com a situação. O ministro russo dos Assuntos Estrangeiros, Sergueï Lavrov, declarou hoje que considera uma intervenção armada um grande erro, de consequências imprevisíveis.
O ministro de relações exteriores da França, Alain Juppe, também condena a iminente guerra. "Nós podemos reforçar as sanções para pressionar o Irã e nós vamos continuar neste caminho porque uma intervenção militar pode desestabilizar completamente a região", disse o ministro a uma rádio local. "Nós devemos fazer tudo para evitar o irreparável", acrescentou.
Segundo cientistas políticos, o Irã é hoje a principal ameaça para os Estados Unidos e seus aliados no Oriente Médio, superando a Al-Qaeda.
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