domingo, 26 de fevereiro de 2012

Por que Serra cedeu



DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo
A candidatura agora seria, então, uma maneira de reorganizar as tropas em São Paulo, reaproximando Gilberto Kassab de Geraldo Alckmin e partindo para a formação de uma aliança com o DEM, o PSD, talvez o PSB e outras legendas menores, mas essenciais para aumentar o tempo no horário eleitoral de rádio e televisão.
O PPS formalmente fica de fora, com a candidatura de Soninha Francine, mas na prática não deixa de ser uma espécie de linha auxiliar.
Contrariando as versões correntes, não houve exigências de cancelamento das prévias nem de formação de chapa puro-sangue. O lugar de vice está aberto, mas a decisão só será tomada em meados do mês de maio, porque depende de negociações: o DEM quer o lugar e Kassab, embora diga o contrário, também pleiteia o direito à indicação, o que certamente conseguirá.
Quanto às prévias, tudo depende dos quatro postulantes à candidatura. Se todos desistirem, ficam naturalmente canceladas. Se alguém persistir, Serra se inscreve e "concorre". Uma disputa de fachada que, no entanto, custaria menos que o desgaste de insistir no cancelamento.
Nostalgia. Os grupos de militares da reserva que reclamaram da falta de censura por parte da presidente Dilma Rousseff às críticas de suas ministras ao governo autoritário queriam o quê?
Pelo visto, interditar o direito à livre manifestação, num surto saudosista. Foram obrigados a recuar, chamados à realidade de que estão fora do jogo político desde a volta ao País à legalidade com o fim do regime de exceção.

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