domingo, 26 de fevereiro de 2012

Matarazzo diz apoiar Serra contra "hegemonia do PT"



Matarazzo diz apoiar Serra contra Foto: Divulgação

SECRETÁRIO ESTADUAL DA CULTURA DE SÃO PAULO ANUNCIOU DESISTÊNCIA DE SUA PRÉ-CANDIDATURA À PREFEITURA E PEDIU À MILITÂNCIA TUCANA QUE APOIE O NOME DO EX-GOVERNADOR PARA A DISPUTA MUNICIPAL: "JOSÉ SERRA FOI MELHOR PREFEITO QUE SÃO PAULO JÁ TEVE E TEM CONDIÇÕES DE DERROTAR O PROJETO DO PT"

Por Agência Estado
26 de Fevereiro de 2012 às 21:12Agência Estado
O secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, anunciou hoje a desistência de sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo e pediu à militância tucana que apoie o nome do ex-governador José Serra para a disputa municipal. Em entrevista coletiva na capital paulista, o secretário ressaltou que não poderia disputar uma mesma eleição contra um amigo e membro de seu grupo político. Ele destacou ainda que Serra tem maiores chances de enfrentar o PT na sucessão à prefeitura de São Paulo. "José Serra foi melhor prefeito que São Paulo já teve e tem condições de derrotar o projeto do PT, que é um adversário que temos de enfrentar", afirmou. Matarazzo era um dos quatro nomes do PSDB que iriam disputar as prévias do partido, marcadas para o dia 4 de março.
Matarazzo contou que foi comunicado da disposição do ex-governador de disputar a eleição municipal na última quinta-feira. Ele negou, contudo, que o governador Geraldo Alckmin tenha pedido para que ele abandonasse a disputa municipal. "Em nenhum momento o governador pediu que eu desistisse", frisou. Alckmin reuniu-se na noite de sábado com os secretários estaduais Andrea Matarazzo e Bruno Covas (do Meio Ambiente) no Palácio dos Bandeirantes. Covas, que também é pré-candidato à Prefeitura, convocou uma reunião com militantes para a noite deste domingo e a expectativa é de que também anuncie sua desistência.
Mesmo com sua saída e o pedido de apoio a Serra, Andrea Matarazzo defendeu o processo de prévias do parido. Ele disse não ver empecilhos para que a data da eleição interna seja adiada, o que daria mais tempo para que o ex-governador possa conversar com a militância e arregimentar apoios para a disputa. Hoje pela manhã, Alckmin reuniu-se com os outros dois pré-candidatos tucanos, o secretário estadual da Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Trípoli, que não teriam colocado obstáculos à participação de Serra na eleição interna. No entanto, ele teriam se colocado contra o adiamento das prévias.
Alckmin deve se reunir ainda hoje com caciques tucanos para definir o procedimento para a entrada de José Serra nas prévias do partido. O comando do PSDB tem defendido que a disputa marcada para 4 de março seja adiada para o dia 18 ou 25 do mesmo mês. Uma resolução do diretório estadual do partido, que define o processo de prévias no estado, aponta que a disputa interna deve ser realizada até 31 de março.
Projeto hegemônico
Segundo Matarazzo, o ex-governador decidiu entrar na disputa eleitoral ao refletir sobre a possibilidade de o PT voltar à Prefeitura de São Paulo. Ele não acredita que o fato de Serra ter deixado a prefeitura de São Paulo para disputar a sucessão ao Palácio dos Bandeirantes em 2006 possa prejudicá-lo neste ano. "Serra tem todas as credenciais para disputar a prefeitura e ficará, provavelmente, quatro anos ou até oito anos à frente da administração municipal", previu. Ele avaliou que a demora na decisão do ex-governador de entrar na disputa deveu-se ao fato de que ele precisava refletir sobre sua participação. Para o secretário, a entrada de Serra na disputa interna não representa um golpe na democracia partidária. "Ao contrário. O processo democrático é aquele no qual qualquer candidato possa se inscrever em uma eleição interna", afirmou.
Na entrevista coletiva, o secretário da Cultura disse que não postula o cargo de vice-prefeito em uma eventual chapa "puro-sangue" tucana e fez questão, em mais de uma oportunidade, de criticar o PT, que considerou o principal adversário do PSDB em São Paulo. "Não podemos repetir a gestão nefasta e destruidora que foi feita antes de o PSDB assumir a Prefeitura de São Paulo", criticou, em referência à administração da senadora petista Marta Suplicy. Segundo ele, se o PT conquistar a prefeitura de São Paulo será o passo final do processo hegemônico do partido em todo o País. "Não será em São Paulo que o PT concluirá seu projeto de hegemonia".

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