Mateo Sancho Cardiel.
Los Angeles (EUA), 26 fev (EFE).- Apesar de seu recorde de 17 indicações, a história de amor entre Meryl Streep e a Academia de Cinema de Hollywood só se tinha materializado em dois prêmios e o último foi em 1982. Hoje, 'A Dama de Ferro' a levou finalmente ao seleto grupo de atores com três Oscar.
No lado positivo estavam suas 17 indicações, passando em cinco as de Katherine Hepburn, com 12. No negativo, 14 derrotas, que a a tinham feito ironizar sobre o ritual demorado de arrumar um vestido cada vez que a Academia a tinha incluído entre as cinco finalistas.
Agora, graças a 'A Dama de Ferro', a atriz de Nova Jersey voltou a ter em suas mãos um Oscar.
A primeira vez que ganhou foi em 1979, quando era um rosto emergente graças a 'Kramer vs. Kramer', e nervosa esqueceu a estatueta no banheiro algumas horas depois.
Passados três anos, repetiu com 'A Escolha de Sofia', como protagonista e com partes faladas em alemão. Então seu discurso caiu ao subir ao palco onde a esperava Sylvester Stallone. Depois, quase 30 anos de seca e o apelido de 'a eterna indicada'.
Muitos atores têm dois Oscar, mas agora Meryl é uma das quatro que tem três. E a única que a olha de cima é Katharine Hepburn, que tem quatro e, além disso, todos como protagonista.
Walter Brennan ganhou seus três Oscar entre 1936 e 1940 e todos como coadjuvante. Ingrid Bergman recebeu um em 1944 - por 'À Meia-luz' - outro em 1956 por 'Anastasia - A Princesa Esquecida', e um terceiro em 1974 por 'Assassinato no Orient Express' como coadjuvante.
Jack Nicholson ganhou em 1975 por 'Um Estranho no Ninho', em 1983 por 'Laços de Ternura' - como coadjuvante - e em 1997 por 'Melhor é Impossível'.
Agora, finalmente, se soma Streep, que tem muitas interpretações rotineiras nesse catálogo de indicação, mas também papéis tão inesquecíveis como os de 'Entre Dois Amores', 'As Pontes de Madison' ou o de coadjuvante de luxo em 'Adaptação', a qual tinha sido sua última condição de favorita ao prêmio.
No entanto, foi somente quando entrou na pele da ex-primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, que Hollywood lembrou que, por muito acostumada que esteja a seu extraordinário talento, Meryl Streep merecia ser premiada uma terceira vez.
'A Dama de Ferro', dirigido por Phyllida Lloyd - a produtora de 'Mamma Mia!' - e que recebeu críticas mais bem mornas, parecia ter a única função de reportar a Streep este Oscar, embora os concorrentes fossem difíceis.
A antiga rivalidade com Glenn Close, com a qual competiu pelo Oscar em duas ocasiões - em 1987 e 1988 -, se reavivou em pleno século XXI com outra produção projetada para o brilho de seu protagonista, também transformação física envolvida, pois em 'Albert Nobbs' se veste de homem.
O fato de que Close não tenha um Oscar com seis indicações a fez se juntar a outro seleto, mas menos honroso clube: o das grandes perdedoras, junto a Thelma Ritter e Deborah Kerr.
Por outro lado, e em um ano no qual a nostalgia parece a força motriz destes Oscar, a inicialmente ousada, mas finalmente deliciosa iniciativa de recriar Marilyn Monroe na grande tela, tinha aumentado as possibilidades de Michelle Williams, aos 31 anos e com três indicações em seis anos.
E nos últimos dias, as casas de apostas davam como certo um novo Oscar para uma atriz negra - o segundo na categoria principal depois do de Halle Berry - para Viola Davis, que começou roubando da própria Streep os elogios com uma brevíssima aparição em 'Doubt' e que agora salta para o protagonismo em 'Histórias Cruzadas'.
Mas, finalmente, ninguém pôde com Meryl Streep, uma Dama de Ferro com três Oscar. EFE
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