domingo, 26 de fevereiro de 2012

Presidenciável, Aécio já organiza sucessão mineira



Presidenciável, Aécio já organiza sucessão mineiraFoto: Divulgação

COM O CAMINHO LIVRE PARA SER O CANDIDATO DO PSDB EM 2014, SENADOR DESISTE DA IRMÃ ANDRÉA NEVES E ESCOLHE A SECRETÁRIA RENATA VILHENA (FOTO) COMO CANDIDATA AO PALÁCIO DA LIBERDADE; MINAS SERÁ TRINCHEIRA ESSENCIAL NUM CONFRONTO DILMA-AÉCIO

26 de Fevereiro de 2012 às 16:20
247 – Até recentemente, muitos analistas políticos apostavam que o senador mineiro Aécio Neves não seria candidato à presidência da República em 2014. Disputaria o Palácio da Liberdade, em Minas Gerais, onde poderia preservar seu estilo de vida festivo, sem ser incomodado pela imprensa local ou nacional. No entanto, desde o fim do ano passado, Aécio passou a dar demonstrações de que estaria disposto a enfrentar o PT em 2014 – seja contra Dilma Rousseff, seja contra Lula – já que não teria nada a perder, uma vez que foi eleito para um mandato de oito anos no Senado. Agora, com a definição de José Serra como candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, Aécio não tem mais opção. É candidato ao Palácio do Planalto em 2014, mesmo sabendo que se trata de missão dificílima, uma vez que Dilma tem mais de 70% de aprovação.
Seja como for, o trabalho de Aécio Neves começará por Minas Gerais, onde ele considera essencial preservar sua cidadela. E como o atual governador, Antônio Anastasia, não poderá mais se reeleger, ele terá que escolher um candidato competitivo. A primeira opção de Aécio era a irmã Andréa Neves – que, para muitos, foi a verdadeira governadora de Minas nos oito anos em que Aécio chefiou o Palácio da Liberdade. Mas ele foi aconselhado por aliados a evitar essa opção, que ressaltaria o caráter familiar da política de Minas.
Tudo indica, agora, que a candidata do PSDB ao Palácio da Liberdade será a executiva Renata Vilhena, que é secretária de Planejamento e Gestão do governo mineiro. Uma escolha que repetiria o processo de 2010, quando Aécio escolheu um quadro de perfil técnico, que era Antonio Anastasia – este só não pode se reeleger, porque assumiu o governo antes da eleição, quando Aécio se licenciou para fazer campanha para o Senado. De certa forma, Renata Vilhena é para Antônio Anastasia o que Anastasia foi para Aécio. E há também uma curiosidade na sua biografia. Ela é irmã da jornalista Carla Vilhena, da TV Globo, que já foi casada com o também jornalista Chico Pinheiro.
Sucessão em Belo Horizonte
A definição de Aécio Neves como o presidenciável do PSDB em 2014 tem repercussões também na política local e nacional. Ela empurra o PT para o apoio à reeleição de Marcio Lacerda, do PSB, em Belo Horizonte. Quadros do PT, resistentes à aliança com Lacerda, temiam que, em 2014, ele se aliasse a um candidato do PSDB ao Palácio da Liberdade. Agora, o mais provável é que Lacerda feche com a candidatura de Fernando Pimentel, atual ministro do Desenvolvimento, em 2014. Seu grande sonho é também ocupar o Palácio da Liberdade.
Numa eventual disputa entre Dilma e Aécio, dois candidatos mineiros à presidência da República, vencer em Minas será fundamental. E assim como Aécio e Anastasia farão de tudo para incensar a figura de Renata Vilhena, Pimentel também tende a ocupar mais espaços no governo federal.

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