Da AFP
A companhia Qantas paralisou um de seus Airbus A380 por causa das micro-fissuras (AFP, William West)
PARIS — A Agência Europeia de Segurança Aérea (Aesa) recomendou nesta quarta-feira a inspeção de 67 aviões do modelo Airbus A380, atualmente em serviço em todo o mundo, devido à descoberta de fissuras nas asas de algumas aeronaves, anunciou à AFP um porta-voz da agência.
p>Em 20 de janeiro, a Aesa já havia ordenado uma inspeção preliminar em cerca de 20 aviões com muitas horas de voo acumuladas (pelo menos 1.300), após a descoberta de micro-fissuras em uma peça (suporte) da asa."Com o resultado desta primeira revisão, decidimos expandir a inspeção para toda a frota em circulação, isto é, para todas as aeronaves, independentemente do número de voos já realizados", declarou o porta-voz.
"A ideia é assegurar que não existe qualquer tipo de problema relacionado à segurança das aeronaves", explicou.
Uma nova diretriz de aeronavegabilidade será publicada ainda hoje, detalhando os procedimentos de inspeção.
A primeira avaliação consistia "em uma inspeção visual detalhada", disse o porta-voz. "A nova está baseada em um método dito utilizando as correntes de Foucault: a ideia é gerar um campo magnético de certa intensidade. Se a peça (do avião) não tiver nenhum problema, o campo magnético ficará estável".
Em outras palavras, a nova inspeção permitirá detectar eventuais falhas invisíveis a olho nu.
O porta-voz ressaltou que a agência europeia realiza uma "abordagem gradual".
"Nós queremos recolher todas as informações possíveis para tomarmos medidas a longo prazo mais apropriadas", insistiu.
A agência poderá decidir fazer novas inspeções a cada x número de voos.
- "Segurança do avião não afetada" -
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Sobre a nova inspeção, ele afirmou que não será feita de forma urgente. Os aviões com menos horas de voo poderão até ser inspecionados durante a manutenção de rotina.
Entre as 20 aeronaves que devem ser analisadas inicialmente, oito realizaram mais de 1.800 voos.
As inspeções mais urgentes vão ser feitas em seis aviões da Singapore Airlines e dois da Emirates, companhia com sede em Dubai.
A Airbus respondeu imediatamente reafirmando que "a segurança do avião não foi afetada". As companhias reiteraram dizendo que não existe risco para a segurança dos passageiros.
Nesta quarta-feira, a companhia australiana Qantas paralisou um de seus Airbus A380 por causa das micro-fissuras na asa do Superjumbo, sem contudo, prejudicar a segurança dos vôos.
A Aesa não fez comentários a respeito desse problema.
O A380 é o maior avião comercial do mundo, capaz de transportar mais de 500 passageiros e até mesmo mais de 800, caso seja configurado apenas para a classe econômica.
O início das operações do modelo foi marcado por muitos problemas de montagem, que por muito tempo causaram prejuízos para a sua empresa-mãe EADS. Ele finalmente foi encomendado em outubro de 2007, com vários anos atraso, pela companhia Singapore Airlines.
O primeiro incidente grave envolvendo o modelo ocorreu no final de 2010: a Qantas paralisou a sua frota para verificar os seus seis A380, após a explosão de um motor Rolls-Royce em 4 de novembro, que obrigou um dos seus aviões fazer um pouso de emergência em Cingapura.
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