Foto: EMMANUEL CUNHA/AGÊNCIA ESTADO
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO VAI RECORRER DA DECISÃO DA JUSTIÇA FEDERAL DE ANULAR 13 QUESTÕES QUE VAZARAM; PALÁCIO DO PLANALTO QUERIA DEIXAR COMO ESTÁ, PARA EVITAR MAIS DESGASTES; PREVALECE POSIÇÃO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, QUE ACHOU SENTENÇA "DRÁSTICA"
Evam Sena_247 – A AGU (Advocacia-Geral da União) informou hoje que vai entrar na próxima quinta-feira com recurso contra a decisão da Justiça Federal do Ceará de anular 13 questões do último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O recurso será apresentado no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife.
A Justiça Federal do Ceará determinou, na noite de ontem, o cancelamento de questões do exame. Alunos do colégio Christus, de Fortaleza, denunciaram ter feito exercícios dirigidos com questões idênticas às que caíram na prova, realizada em 22 e 23 de outubro. Segundo a Polícia Federal, um funcionário do colégio copiou integralmente pelo menos um caderno com 48 questões aplicadas aos alunos da escola em um pré-teste do ministério. O MEC desconfia que um segundo caderno de 48 questões também foi copiado.
Para o Ministério da Educação, o problema foi isolado e não prejudicou a isonomia dos demais candidatos. O MEC defende que a prova seja reaplicada somente aos alunos que tiveram acesso às questões. "Com o recurso, a AGU quer evitar que os mais de 4 milhões de estudantes que fizeram a prova e aguardam os resultados - inclusive para participarem de processos seletivos que utilizam a nota do Enem - sejam prejudicados", informou a AGU em nota.
A assessoria de Comunicação do MEC classificou a decisão judicial como "desproporcional" e "arbitrária". "MEC e Inep vão recorrer em Tribunal de Recife ainda esta semana", disse por meio do Twitter ontem à noite. Interlocutores do Planalto chegaram a informar que o governo não iria entrar com recurso para evitar batalha judicial semelhante à que ocorreu no ano passado, quando o Enem chegou a ser suspenso. O desgaste poderia atingir ainda mais o ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato à prefeitura de São Paulo.
Depois que o MEC admitiu o vazamento de 14 questões, o procurador Oscar Costa Filho vai pedir a anulação de mais um item. Originalmente, ele havia pedido o cancelamento de toda a prova, e como medida alternativa, somente das questões vazadas.
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