Excesso de poder junto ao presidente do Peru transforma o consultor Luis Favre, vinculado ao PT, em alvo de suspeitas
Luiza VillaméaELO
presidente Ollanta Humala (à esq.) e Favre: a proximidade começou na campanha eleitoral
O consultor Luis Favre, ex-marido da senadora Marta Suplicy (PT-SP), acumulou tanto poder junto ao governo do Peru que se tornou pivô de disputa política. Depois de atuar na campanha que culminou com a eleição do presidente Ollanta Humala, em junho deste ano, Favre assumiu o posto de um de seus principais conselheiros. Atuando nos bastidores, virou uma espécie de vice-rei peruano. Em pesquisa recente, foi apontado como uma das 20 pessoas mais poderosas do país e a quarta que mais influencia o presidente. A situação, que incomodava a ala mais à esquerda da base governista, explodiu depois que outro assessor do governo foi convocado a pedir demissão e o acusou de estar por trás da manobra. “Favre tem poder excessivo”, afirmou o sociólogo Carlos Tapia ao deixar o governo. “Não é conveniente para um projeto de mudança, como o que propomos, depender de alguém próximo a um país que tem empresas e interesses comerciais no Peru”, completou, referindo-se ao Brasil. Entre as empresas brasileiras que atuam no Peru estão a Petrobras, a Vale, a Votorantim e a Odebrecht.
Nascido na Argentina, Favre passou a juventude na França, é radicado em São Paulo e mantém vínculos com o Partido dos Trabalhadores desde 1986. Junto com o petista Vladimir Garreta, dono da FX Comunicação, o consultor levou para a campanha presidencial peruana a estratégia de “paz e amor” adotada por Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Na campanha, Humala se afastou do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que o apoiara em tentativa anterior – fracassada – de chegar à Presidência. Boa parte do grupo que repudia a atuação de Favre tem identificação política com Chávez, mas, tão logo a polêmica veio a público, seguidores de Keiko Fujimori, a candidata conservadora derrotada por Humala, também entraram na polêmica, pedindo explicações sobre o papel do consultor no governo.
Por enquanto, o anúncio oficial é relativo ao pagamento de Favre, que todo mês passa cerca de dez dias em Lima, a capital peruana: ele é contratado e remunerado pelo Partido Nacional Peruano (PNP), ao qual pertence o presidente. O próprio Favre não fala sobre o assunto, sob o argumento de que tem um contrato de confidencialidade com a agremiação política. Mas, quando a onda de críticas chegou às redes sociais, ele respondeu às críticas pelo Twitter: “O ultraesquerdismo não serve para ganhar eleições, não serve para governar. Serve para quê?... para fazer o jogo da direita.”
Nascido na Argentina, Favre passou a juventude na França, é radicado em São Paulo e mantém vínculos com o Partido dos Trabalhadores desde 1986. Junto com o petista Vladimir Garreta, dono da FX Comunicação, o consultor levou para a campanha presidencial peruana a estratégia de “paz e amor” adotada por Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Na campanha, Humala se afastou do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que o apoiara em tentativa anterior – fracassada – de chegar à Presidência. Boa parte do grupo que repudia a atuação de Favre tem identificação política com Chávez, mas, tão logo a polêmica veio a público, seguidores de Keiko Fujimori, a candidata conservadora derrotada por Humala, também entraram na polêmica, pedindo explicações sobre o papel do consultor no governo.
Por enquanto, o anúncio oficial é relativo ao pagamento de Favre, que todo mês passa cerca de dez dias em Lima, a capital peruana: ele é contratado e remunerado pelo Partido Nacional Peruano (PNP), ao qual pertence o presidente. O próprio Favre não fala sobre o assunto, sob o argumento de que tem um contrato de confidencialidade com a agremiação política. Mas, quando a onda de críticas chegou às redes sociais, ele respondeu às críticas pelo Twitter: “O ultraesquerdismo não serve para ganhar eleições, não serve para governar. Serve para quê?... para fazer o jogo da direita.”
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