quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Policial é solto após ser pego com suposta propina do governo do DF



FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

O policial militar João Dias Ferreira, que acusou um esquema de desvio de dinheiro no Ministério do Esporte, foi solto após pagar fiança, depois ter agredido dois servidores do governo do Distrito Federal e ter jogado R$ 159 mil no chão, dinheiro que ele diz der propina de pessoas ligados ao governador Agnelo Queiroz (PT), ex-chefe da pasta.

Segundo o advogado de Ferreira, ele recebeu "inúmeras" propostas de pessoas ligadas a Agnelo e, ontem, teria decidido aceitar para poder filmar a entrega do dinheiro.


O pagamento seria um "cala-boca" para que o policial não falasse das irregularidades no Ministério do Esporte e os desdobramentos do caso.

"Ele recebeu ontem esse dinheiro na casa dele de pessoas que ele entende que sejam do governo, como forma de 'cala-boca'. Ele resolveu então ir devolver o dinheiro e foi na secretaria de Paulo Tadeu, que é quem ele entende que foi a origem do dinheiro", disse o advogado de Ferreira, André Cardoso.

O policial foi preso em flagrante na tarde desta quarta-feira, na sede do governo do DF, o Palácio do Buriti. Ele foi detido após agredir uma assessora da secretaria de governo, comandada por Paulo Tadeu --um dos principais aliados de Agnelo.

O dinheiro jogado no chão durante a confusão está sendo periciado pela polícia.

Após ser solto pela Polícia Civil, Ferreira será agora encaminhado à corregedoria da Polícia Militar, que pode prendê-lo, já que um dos agredidos também é policial. Segundo o advogado, ele filmou a entrega do dinheiro e o ocorrido nesta quarta-feira.

Ferreira é dono de duas ONGS que desviou mais de R$ 3 milhões do Esporte, quando Agnelo era ministro e também na gestão de Orlando Silva --que caiu após as acusações. Durante a crise no Esporte, João Dias Ferreira centrou as acusações em Orlando Silva, sem implicar diretamente Agnelo.

Segundo a assessoria de Agnelo Queiroz, Ferreira agrediu duas servidoras da secretaria de governo e que a motivação de Ferreira é "escusa".

"Quanto ao secretário de governo, Paulo Tadeu, ele não se encontrava no Palácio durante o episódio. A segurança do Palácio do Buriti abriu procedimento para apurar como se deu o acesso de João Dias ao prédio. O governo do Distrito Federal também vai apurar com que objetivos escusos o policial apareceu nesta tarde, de forma despropositada, no Palácio do Buriti", diz a nota do governo.

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