André Barrocal
BRASÍLIA – Os dois expoentes do Partido Socialista Brasileiro (PSB), quinto maior aliado parlamentar do governo Dilma Rousseff, divergiram em 2010 sobre ter ou não candidato próprio a presidente e, no XII Congresso da legenda, neste fim de semana, reafirmaram a diferença. Mas numa coisa o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o ex-ministro Ciro Gomes estão de acordo: a onda de denúncias contra ministros estaria fazendo mal à política e ao país.
Para Campos, reeleito presidente do PSB, a opção dos adversários de Dilma – como já ocorria com o ex-presidente Lula – de priorizar o combate ao governo no campo ético despolitizaria o país. Ele expressara o ponto de vista em discurso na abertura do Congresso, sexta-feira (2) à noite, e repetiu neste sábado (3), em conversa com jornalistas.
“A pauta da política tradicional está mofada, não atrai mais a atenção das pessoas. As denúncias afastam as pessoas da política, e nós precisamos querer atraí-las”, disse o governador. “A limpeza que a sociedade tem de fazer na política é no voto.”
Apesar de ter uma visão crítica sobre certas condutas entre aliados de Dilma – para ele, o casamento PT-PMDB não tem bases muito republicanas -, Ciro apontou, na sexta-feira, ao chegar ao encontro do PSB, qual seria o grande problema da onda de denúncias: alimentar uma “ética relativa”.
“Nós precisamos tomar muito cuidado em transferir o chicote moral da nação para certos grupos de mídia, que faturam contra o governo e setores monopolistas algo ao redor de 1 bilhão de reais por ano”, afirmou o ex-governador do Ceará. “É só preciso ter cuidado com essa ética relativa.”
Divergências
No Congresso do PSB, o próprio Ciro Gomes foi vítima de denúncias – com origem em correligionários. No auditório do Senado em que o encontro se realizou, um militante distribuía um jornal de quatro páginas com a manchete “Autoritarismo e golpe mancham a história do PSB no Ceará”, com ataques a Ciro e ao irmão dele, Cid Gomes, governador cearense.
Os dois irmãos foram hostilizados por grupos minoritários, quando tiveram os nomes anunciados no encontro. O motivo do descontentamento de parte do PSB cearense é a intenção da dupla de apoiar um candidato do PT à prefeitura de Fortaleza, em vez de lançar um quadro do partido.
O lançamento do máximo que conseguir de chapas próprias para disputar prefeituras em 2012 é o principal resultado do Congresso do PSB. O partido quer aproveitar que ser pró-Dilma dá Ibope para eleger quantos candidatos puder e, assim, chegar a 2014, ano da sucessão presidencial, mais encorpado. O que fazer com esse capital, porém, separa Eduardo Campos e Ciro Gomes.
Para o governador, o importante é o avanço de forças progressistas. “O PSB sai fortalecido do Congresso, isso ajuda a conceituar mais uma opção nesse campo”, disse Campos. “A dinâmica de crescimento do PSB faz bem à presidenta Dilma. E é bom que essa força política cresça. O PMDB é bom pela governança, mas não tem a identidade histórica que nós temos com esse projeto [Lula-Dilma].”
Já para o ex-ministro, a ampliação do PSB daria suporte a uma candidatura própria a presidente – a dele, de preferência – que rompesse a polarização PT-PSDB. “Quem inventou que o Brasil se divide entre o PT e o PSDB foram os tucanos e petistas de São Paulo. Isso não é real no Brasil”, afirmou. “Eu achava [em 2010], nem precisava que fosse eu, mas eu queria ser eu mesmo, que o partido devia ter candidato a presidente. Acho isso desde sempre e continuarei achando.”
Para Campos, reeleito presidente do PSB, a opção dos adversários de Dilma – como já ocorria com o ex-presidente Lula – de priorizar o combate ao governo no campo ético despolitizaria o país. Ele expressara o ponto de vista em discurso na abertura do Congresso, sexta-feira (2) à noite, e repetiu neste sábado (3), em conversa com jornalistas.
“A pauta da política tradicional está mofada, não atrai mais a atenção das pessoas. As denúncias afastam as pessoas da política, e nós precisamos querer atraí-las”, disse o governador. “A limpeza que a sociedade tem de fazer na política é no voto.”
Apesar de ter uma visão crítica sobre certas condutas entre aliados de Dilma – para ele, o casamento PT-PMDB não tem bases muito republicanas -, Ciro apontou, na sexta-feira, ao chegar ao encontro do PSB, qual seria o grande problema da onda de denúncias: alimentar uma “ética relativa”.
“Nós precisamos tomar muito cuidado em transferir o chicote moral da nação para certos grupos de mídia, que faturam contra o governo e setores monopolistas algo ao redor de 1 bilhão de reais por ano”, afirmou o ex-governador do Ceará. “É só preciso ter cuidado com essa ética relativa.”
Divergências
No Congresso do PSB, o próprio Ciro Gomes foi vítima de denúncias – com origem em correligionários. No auditório do Senado em que o encontro se realizou, um militante distribuía um jornal de quatro páginas com a manchete “Autoritarismo e golpe mancham a história do PSB no Ceará”, com ataques a Ciro e ao irmão dele, Cid Gomes, governador cearense.
Os dois irmãos foram hostilizados por grupos minoritários, quando tiveram os nomes anunciados no encontro. O motivo do descontentamento de parte do PSB cearense é a intenção da dupla de apoiar um candidato do PT à prefeitura de Fortaleza, em vez de lançar um quadro do partido.
O lançamento do máximo que conseguir de chapas próprias para disputar prefeituras em 2012 é o principal resultado do Congresso do PSB. O partido quer aproveitar que ser pró-Dilma dá Ibope para eleger quantos candidatos puder e, assim, chegar a 2014, ano da sucessão presidencial, mais encorpado. O que fazer com esse capital, porém, separa Eduardo Campos e Ciro Gomes.
Para o governador, o importante é o avanço de forças progressistas. “O PSB sai fortalecido do Congresso, isso ajuda a conceituar mais uma opção nesse campo”, disse Campos. “A dinâmica de crescimento do PSB faz bem à presidenta Dilma. E é bom que essa força política cresça. O PMDB é bom pela governança, mas não tem a identidade histórica que nós temos com esse projeto [Lula-Dilma].”
Já para o ex-ministro, a ampliação do PSB daria suporte a uma candidatura própria a presidente – a dele, de preferência – que rompesse a polarização PT-PSDB. “Quem inventou que o Brasil se divide entre o PT e o PSDB foram os tucanos e petistas de São Paulo. Isso não é real no Brasil”, afirmou. “Eu achava [em 2010], nem precisava que fosse eu, mas eu queria ser eu mesmo, que o partido devia ter candidato a presidente. Acho isso desde sempre e continuarei achando.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário