terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Grupo minoritário impediu negociações, diz governador da BA



Dayanne Sousa
O governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou nesta terça-feira (7) que as negociações com policiais grevistas no Estado foram dificultadas por um grupo minoritário. Ele deu entrevista ao canal de TV Globo News. Reunião entre representantes do governo da Bahia e de associações de policiais militares terminou sem acordo.
Foram sete horas de conversa. Segundo o governador, foi ofertado aos policiais o pagamento da Gratificação por Atividade Policial (GAP) IV e GAP V. Grevistas discordam sobre as datas de pagamento, mas, para Wagner, a questão por trás da resistência é um movimento nacional em torno da definição de um piso salarial para polícia militar, civil e bombeiros:
- Eu entendo que o impacto é porque há um outro grupo absolutamente minoritário que está preocupado com a questão da outra movimentação. É um movimento que veio de Roraima, Ceará e Maranhão. Me parece que qualquer oferta que você faz eles entendem que é insuficiente.
Wagner afirmou, ainda, que pretende comunicar as tropas diretamente sobre a oferta do governo.
- Determinei que os comandantes da PM reúnam seus coronéis para que divulguem a notícia da oferta diretamente à tropa - declarou.
Com isso, o governo evitaria o que chamou de "processo de intimidação". Ele avalia que ainda há a possibilidade de a greve acaba e nas próximas horas ou nesta quarta-feira (8).
Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento grevista na Bahia. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador, com alta de crimes também em parte do interior. O número de homicídios no Estado dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram 95 assassinatos desde o início da paralisação, no último dia 31. Também houve registro de saques.
A negativa do governo em conceder perdão a manifestantes suspeitos de cometerem atos de vandalismo era apontada como um dos impasses da negociação. O governador afirma que os atos serão apurados:
- Já disse publicamente que aqueles que participaram dentro das regras, pacificamente, não têm com que se preocupar. Já dei minha palavra. Não vou punir quem trabalhou pela melhoria salarial. Todos aqueles condenados pela maioria da população baiana e pela maioria da Polícia Militar, que depredaram, isso será apurado. Não há como falar em perdão sem apurar.

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