Sarney e Jáder, a dupla do barulho. Foto: André Coelho / O Globo
Maria Lima, O Globo
Não vai ser fácil a vida do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) em sua volta ao Senado. No primeiro dia em que ele apareceu no plenário, foi bombardeado pelo senador Mário Couto (PSDB-PA), que iniciou o que ele chamou de “minissérie” para revisitar todo o passado do conterrâneo, mostrando a cada capítulo os processos que ainda enfrenta na Justiça, sua prisão e o processo de enriquecimento espetacular na vida pública. Couto disse que o Senado está conspurcado com a presença de Jader.
- Essa minissérie vai ter outros personagens. O Pedro Taques, que mandou prender Jader, por exemplo. Ele vai aparecer algemado nessa minissérie. O meu braço não tem marca de algemas - atacou Mário Couto, dizendo que não tem medo de Jader, que enfrentou o todo poderoso Antonio Carlos Magalhães no passado:
- Se querem briga, vamos para a briga, vamos para o pau! Cada um sabe como fede! Pode vir quente que eu estou fervendo!
Ao ser perguntado se responderia, Jader respondeu com uma gargalhada, deus as costas e deixou o plenário para não assistir o discurso do tucano.
- Estou aqui para reaprender - disse Jader, rindo e deixando o plenário.
Couto quer dar o troco pelo tratamento dado pelo jornal Diário do Pará, que integra um império de comunicação da família Barbalho, a uma investigação sobre sua suposta participação em um esquema de desvios na Assembleia Legislativa do Pará, do qual foi inocentado pelo Ministério Público. No capítulo de hoje, ele promete mostrar documentos sobre o patrimônio de Jader.
- Diga-me, Nação brasileira, como pode? Aqueles que fizeram exatamente o mesmo caminho que eu, como podem ter televisão, jornais, rádios, fazendas? Como pode, Brasil? Político que só militou na política que vira rico de uma hora para outra é ladrão! Não adianta querer explicar o patrimônio, meu querido Pedro Taques! Não adianta querer explicar o patrimônio, que não explica nunca! - disparou Mário Couto.
O senador paraense lamentou que Jader tivesse deixado o plenário para não ouvir seu discurso.
- O porco sabe o pau que se esfrega...
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