DA EFE, EM QUITO
Um tribunal equatoriano condenou os jornalistas Juan Carlos Calderón e Christian Zurita a pagar US$ 2 milhões (R$ 3,5 milhões) ao presidente do país, Rafael Correa, por um livro sobre os supostos contratos de seu irmão com o Estado.
A sentença, de 27 páginas e à qual teve acesso a agência Efe, reconhece que Correa se viu prejudicado "em sua honra, dignidade, bom nome, prestígio profissional dentro do país e fora dele", e que sofreu "dano moral", como argumentava o presidente.
France Presse | ||
Jornalista equatoriano Christian Zurita (à dir.) ao lado do colega Juan Carlos Calderon durante coletiva |
Em seu processo, Correa pedia uma indenização de US$ 10 milhões, mas a sentença lhe outorga US$ 1 milhão de cada jornalista, mais US$ 100 mil para os honorários de seus advogados.
O líder também ganhou outro processo por injúrias contra os três principais diretores e um ex-editorialista do jornal "El Universo", aos quais dois tribunais equatorianos condenaram a três anos de prisão e a pagar a Correa US$ 40 milhões.
Esse caso está nas mãos da nova Corte Nacional de Justiça, que convocou para sexta-feira a audiência sobre o assunto, ao fim da qual deverá decidir se ratifica ou revoga a condenação.
Calderón e Zurita são autores do livro "Big Brother", que detalha os supostos contratos que o irmão do presidente, Fabricio Correa, tinha com o Estado.
Nele afirmam: "O presidente conhecia todos os contratos de seu irmão. Fabricio Correa Delgado reconheceu isso". O líder equatoriano, no entanto, negou que soubesse desses contratos.
Na sentença divulgada hoje, a juíza María Mercedes Portilla desprezou um contra-processo apresentado pelos jornalistas no qual pediam uma indenização de US$ 200 mil para "ressarcir os danos" causados pela ação legal de Correa.
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