terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Jornalistas são condenados a pagar R$ 3,5 mi a presidente do Equador


DA EFE, EM QUITO



Um tribunal equatoriano condenou os jornalistas Juan Carlos Calderón e Christian Zurita a pagar US$ 2 milhões (R$ 3,5 milhões) ao presidente do país, Rafael Correa, por um livro sobre os supostos contratos de seu irmão com o Estado.

A sentença, de 27 páginas e à qual teve acesso a agência Efe, reconhece que Correa se viu prejudicado "em sua honra, dignidade, bom nome, prestígio profissional dentro do país e fora dele", e que sofreu "dano moral", como argumentava o presidente.
France Presse
Jornalista equatoriano Christian Zurita (à dir.) ao lado do colega Juan Carlos Calderon durante coletiva de imprensa
Jornalista equatoriano Christian Zurita (à dir.) ao lado do colega Juan Carlos Calderon durante coletiva

Em seu processo, Correa pedia uma indenização de US$ 10 milhões, mas a sentença lhe outorga US$ 1 milhão de cada jornalista, mais US$ 100 mil para os honorários de seus advogados.

O líder também ganhou outro processo por injúrias contra os três principais diretores e um ex-editorialista do jornal "El Universo", aos quais dois tribunais equatorianos condenaram a três anos de prisão e a pagar a Correa US$ 40 milhões.

Esse caso está nas mãos da nova Corte Nacional de Justiça, que convocou para sexta-feira a audiência sobre o assunto, ao fim da qual deverá decidir se ratifica ou revoga a condenação.
Calderón e Zurita são autores do livro "Big Brother", que detalha os supostos contratos que o irmão do presidente, Fabricio Correa, tinha com o Estado.

Nele afirmam: "O presidente conhecia todos os contratos de seu irmão. Fabricio Correa Delgado reconheceu isso". O líder equatoriano, no entanto, negou que soubesse desses contratos.

Na sentença divulgada hoje, a juíza María Mercedes Portilla desprezou um contra-processo apresentado pelos jornalistas no qual pediam uma indenização de US$ 200 mil para "ressarcir os danos" causados pela ação legal de Correa.

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